No dia 18 de maio, na cidade de Ipatinga, região do Vale do Aço, em Minas Gerais, realizou-se a Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba, organizada pela Casa Latina, Partido Comunista Revolucionário (PCR), Brigadas Populares, União da Juventude Rebelião (UJR), Rede Caravelas, Sindicato dos Trabalhadores do Poder Judiciário Federal no Estado de Minas Gerais (Sitraemg). Contou ainda com o apoio das Ocupações Eliana Silva e Dandara (ambas de Belo Horizonte) e da Prefeitura Municipal de Ipatinga.
Como convidados principais estiveram presentes o cônsul da República de Cuba em São Paulo, Alexander Quintana Cañete, o cônsul-geral da República Bolivariana da Venezuela no Rio de Janeiro, Edgard Gonzáles Marín, e o diretor da Telesur no Brasil, Beto Almeida.
Os objetivos da convenção foram a reorganização do movimento de solidariedade a Cuba em Minas Gerais, a preparação para participação de uma representação na Convenção Nacional (que ocorre em junho, em Foz do Iguaçu, Paraná), e a intensificação das campanhas de apoio à Revolução Cubana e de denúncias das agressões do imperialismo estadunidense na América Latina.
A convenção começou com a saudação das entidades e organizações presentes em homenagem ao recentemente falecido presidente venezuelano Hugo Chávez Frías, por sua solidariedade ao povo cubano e pela constituição de um governo popular e democrático em seu país. O cônsul-geral da Venezuela recebeu um presente simbólico e agradeceu o apoio das entidades brasileiras às lutas travadas para o avanço das conquistas da revolução bolivariana. Diony Galegos, da Casa Latina, que falou em nome da organização do evento, ressaltou a importância de promover atividades amplas de apoio a Cuba.
Em seguida à homenagem, as organizações presentes fizeram suas intervenções, apresentando temas como integração latino-americana e caribenha; solidariedade e amizade entre os povos; luta permanente contra o bloqueio econômico a Cuba, imposto pelo Governo dos Estados Unidos; campanha pela libertação dos cinco heróis cubanos presos nos EUA; combate à guerra midiática; e defesa e autodeterminação dos povos.
Fernando Alves, representando o PCR, destacou “a importância de prestarmos solidariedade ao povo cubano e combatermos as agressões do imperialismo na região, mantendo e avançando as lutas populares contra o capitalismo, reconhecendo importantes progressos na luta no continente, mas também do aumento das ameaças imperialistas”, aí destacando-se o aumento das bases militares, de golpes (no Haiti, Honduras e Paraguai), o deslocamento da Quarta Frota Naval para a América do Sul, que tem como objetivos deter as lutas pela libertação dos povos da América Latina, sem esquecer que tudo isso ocorre num momento de profunda crise do capitalismo.
Já Sammer Simman, das Brigadas Populares, ressaltou o papel da Venezuela no equilíbrio das forças na região, fazendo alguns questionamentos à política do governo brasileiro. Natália Alves, da União da Juventude Rebelião (UJR) ressaltou a importância da campanha de solidariedade em favor da libertação dos cinco heróis cubanos e relembrou o rechaço do povo brasileiro à vinda ao País da blogueira cubana Yoani Sánchez.
Beto Almeida, da Telesur, ressaltou a solidariedade que Cuba presta a todo o mundo, enviando médicos ao Timor Leste, levando vacinas à África, mantendo uma universidade apenas para os não-cubanos da América Latina, pois os cubanos já possuem livre acesso ao ensino superior. Falou também da necessidade de se intensificar a defesa da democratização dos meios de comunicação, fortalecendo a imprensa popular e comprometida com as lutas dos povos. E defendeu a celebração de um convênio entre o Governo brasileiro e a Telesur para levar a todo o povo brasileiro a informações sobre a realidade da América latina.
O cônsul de Cuba em São Paulo afirmou a relevância de promover o debate de forma politizada, elogiando a iniciativa das organizações presentes, mas pediu empenho pela unidade do movimento em Minas Gerais, já que será o único Estado que realizará duas Convenções de Solidariedade. Reafirmou que Cuba seguirá seu caminho e continuará sua luta pelo desenvolvimento de um mundo livre e de justiça social, além de destacar a enorme contribuição do povo brasileiro e do Governo da presidente Dilma Rousseff para a América Latina. Por fim, terminou frisando a importância da presença da juventude na Convenção Estadual de Solidariedade a Cuba em Minas Gerais, garantindo assim o futuro e a continuidade das lutas.
Renato Campos