Desde início de julho, o movimento estudantil peruano tem ocupado as ruas de Lima e das principais cidades em luta por mais investimentos na educação e contra a mercantilização desta. Cresce neste momento no Peru a quantidade de instituições pagas de ensino superior e básico, e mesmo nas instituições públicas há cobranças individuais por serviços de assistência estudantil como alimentação e o cartão da meia-passagem, além de abusivas taxas também existentes no Brasil, como a taxa para a obtenção do diploma.
O Peru é um dos países mais pobres da América Latina e mesmo os índices de pobreza extrema do próprio governo apontam para 38% da população vivendo nestas condições.
A mobilização dos estudantes em defesa de uma educação pública que atenda a todos, acontece em parceria com as mobilizações populares contra a privatização das riquezas naturais do país. Grandes mineradoras estrangeiras utilizam a água do país em detrimento do abastecimento de vilas inteiras que passam semanas sem água potável. Toda essa indignação, somada à dos trabalhadores que veem o lucro das empresas crescerem enquanto seus salários continuam insuficientes, fizeram explodir uma revolta popular que já dura um mês.
Nas ruas, a juventude peruana diz: “primeiro foi Santiago, depois São Paulo e agora Lima!”. A juventude brasileira em luta se solidariza com os jovens peruanos que não aceitam migalhas, que querem mais direitos e uma educação pública para todas e todos!
Leonardo Zegarra