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sábado, 21 de dezembro de 2024

UJR no ConUbes: verba que falta na educação sobra para a Fifa

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UJR no ConUbes: verba que falta na educação sobra para a FifaNos dias 28, 29 e 30 de outubro, aconteceu o 40º Congresso da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), nas cidades de Contagem e Belo Horizonte, em Minas Gerais. O Congresso contou com cerca de três mil participantes.

Infelizmente, para prejuízo do movimento estudantil, as forças políticas majoritárias da entidade, comandadas pela UJS, construíram novamente um Congresso marcado pela desorganização. Os estudantes chegaram a esperar horas para alimentar-se e locomover-se, apesar de o evento tendo recebido uma fortuna de diversas prefeituras, de uma universidade e de ministérios do Governo Federal, dinheiro mais do que suficiente para garantir uma estrutura adequada.
Sem lutas e sem debates

E o pior: também pela total falta de compromisso dos organizadores, o último dia do Congresso foi cancelado. Com um dia a menos, vários debates foram prejudicados, impossibilitando que os estudantes fizessem uma discussão profunda sobre temas importantes como a educação.

No que houve de debate, uma das principais questões abordadas foram as grandes jornadas de lutas desenvolvidas por milhões de jovens nas ruas de todo o país nos meses de junho e julho. O estopim desta rebeldia: a precariedade do transporte público, suas altas tarifas e a defesa do passe-livre para os estudantes. Porém, negando toda a luta travada, a direção majoritária da Ubes continuou defendendo as posições governistas, alegando, entre outras coisas, que não existe contradição em o Governo Federal gastar rios de dinheiro com a Copa da Fifa e investir em educação. O que vemos, na prática, é outra coisa: a verba que falta nas escolas sobra nos estádios e nos bolsos dos mandatários do futebol.

A União da Juventude Rebelião (UJR) organizou uma combativa bancada para participar do Congresso e apresentou a tese Rebele-se, contando com o apoio da Federação de Estudantes do Ensino Técnico (Fenet) e de diversas entidades estudantis de todo o país. As forças de oposição (Rebele-se, Juntos e Vamos à Luta) formaram uma chapa unificada para a disputa da Diretoria da Ubes e elegeram dois diretores na Executiva e mais oito na Diretoria Plena.

Durante o evento, reafirmamos nossa luta histórica para recolocar a Ubes no caminho das lutas, nas ruas, e denunciamos a situação de abandono da educação brasileira: escolas precárias, professores mal remunerados e a impossibilidade de frequentar as aulas por conta do alto custo das passagens de ônibus.

Assim, os desafios nos próximos meses serão grandes. Queremos os 10% do PIB para educação já; queremos um Plano Nacional de Educação que saia do papel; queremos mostrar ao mundo que a realidade do nosso povo não está para torrar nossas riquezas com a Fifa. Vamos deixar clara a indignação dos brasileiros com a grande roubalheira em que se transformou a Copa de 2014.

Não vamos permitir que continuem rasgando a história da Ubes e do movimento estudantil secundarista. Para acompanhar a disposição de luta da juventude brasileira precisamos de uma Ubes realmente comprometida com os estudantes e o povo brasileiro, autônoma em relação a qualquer governo, rebelde e combativa. Nosso compromisso é seguir neste caminho até conquistarmos nosso objetivos!

Coordenação Nacional da UJR

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