Os trabalhadores da Companhia de Energia de Minas Gerais (Cemig) paralisaram suas atividades por tempo indeterminado. Desde o governo de Aécio Neves, a política do Estado tem sido de “terra arrasada” no que diz respeito a essa empresa. A Cemig já teve mais de 20 mil funcionários, mas hoje emprega cerca de oito mil, e mais do triplo da categoria é de terceirizados, que não recebem treinamento adequado para lidar com esse serviço. O resultado é que, a cada 45 dias, morre um trabalhador, em sua maioria terceirizados.
Com essa opção política do Governo, cinco trabalhadores diretos morreram este ano, e, ao todo, são 114. Esta é apenas mais uma consequência da opção da Cemig de destinar todos os seus recursos aos acionistas da empresa e seus parceiros, como a Andrade Gutierrez, a principal responsável por esse derrame de sangue.
O absurdo chegou a tal ponto que a Cemig lucrou R$ 3 bilhões no período de 2012 a 2013 e, incrivelmente, vai passar R$ 4 bilhões a seus acionistas, ou seja, mais de 100%. Enquanto isso, a direção da empresa não negocia com os trabalhadores, representados pelo Sindieletro-MG, e oferece como reajuste somente o percentual de reposição da inflação, 7%.
Com tantas mortes, acidentes e saques ao patrimônio público, os trabalhadores da empresa aprovaram a greve por tempo indeterminado, iniciando um intenso processo de mobilização. No primeiro dia de greve – 25 de novembro, a paralisação atingiu 100% em alguns setores, o que fez a categoria se levantar também no interior do Estado. Em todas as regionais onde atua o sindicato, as paralisações ocorreram com passeatas e trancamento das principais vias das cidades. Em Belo Horizonte e região metropolitana, as passeatas continuaram com muita força e mobilização.
A resposta da empresa, até o momento, foi apresentar uma lista com 126 nomes de trabalhadores que serão demitidos, mas nenhum diálogo, assim como faz o governo do PSDB. Só que os trabalhadores não se intimidaram, e continuam a lutar por seus direitos, realizando uma greve muito combativa em favor da defesa da vida da classe trabalhadora.
Renato Campos, Belo Horizonte