Eduardo Coutinho nasceu em São Paulo em 11 de maio de 1933, onde também estudou direito e se envolveu no movimento estudantil, onde desempenhou papel destacado na cultura, principalmente no Centro Popular de Cultura da UNE. Não concluiu seu curso superior, mas se lançou aos estudos de direção e montagem, na França, onde lançou seus primeiros trabalhos.
Ao voltar pro Brasil retomou seu trabalho cultural, dando destaque sempre ao povo humilde de nosso país, buscando com sua arte mostrar o lado real, humano da grande população de nosso país (operários, camponeses, estudantes) deixando de lado o idealismo e dando voz ao oprimido. Uma de suas obras mais marcantes é o documentário “Cabra Marcado Para Morrer”, que iniciou em 64, sendo interrompido pelo golpe, que acusou o diretor de “conduzir um filme com conteúdo comunista, subversivo.”
Inicialmente o filme possuía a proposta de abordar a vida e aluta de João Pedro Teixeira, líder das ligas camponesas, assassinado em 62 por enfrentar os grandes donos de terras. Em 1985 a obra foi retomada, dessa vez, mudando o foco da obra: o diretor passou a remontar a vida da família após a morte do pai. Entre seus principais filmes também estão “Edifício Master”, “Jogo de cena”, “Babilônia 2000”.
O documentário tornou-se uma grande denuncia dos desmandos dos poderosos e do que foi o golpe militar pela ótica daqueles que sofreram com a intervenção da ditadura em seu seio familiar.
A morte violenta e repentina de Eduardo Coutinho, no ultimo dia 2 de fevereiro, deixou uma grande lacuna em nossa cultura popular, que, certamente, terá que ser preenchida com alguém que honre e substitua Eduardo Coutinho à altura.
ClovesSilva, UJR-PE, estudante de letras da UFRPE