Os Comandos Nacionais de Greve da Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil) e do Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) realizaram na manhã da última quarta-feira, 7 de maio, uma ação de grande combatividade e ousadia, que obrigou o Governo Dilma a sair de sua postura de intransigência diante das greves dos trabalhadores das universidades e dos institutos federais. Cerca de 1.500 servidores das universidades de todo o Brasil, reforçados pelos membros do comando de greve do Sinasefe, dirigiram-se ao Bloco C da Esplanada dos Ministérios, por volta das 05h00, e assumiram o controle das entradas de acesso ao Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG), impedindo que os funcionários do órgão entrassem para trabalhar.
A ação foi a resposta dos grevistas à postura intransigente do Governo Dilma que tem se recusado a negociar com os técnico-administrativos das universidades, em greve desde 17 de março, e com os servidores dos Institutos Federais, em greve desde 21 de abril. A Fasubra e o Sinasefe, juntamente com o Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), convocaram para a quarta-feira a Marcha da Educação Federal, que contou com um ato em frente ao Ministério da Educação à tarde. Embora as entidades tivessem protocolado um pedido de audiência na semana anterior, o ministro Henrique Paim recusou-se a atender, o que revoltou as categorias.
Diante de ministério paralisado, Governo recua
Na medida em que os funcionários do Ministério do Planejamento iam chegando, se defrontavam com a irreverência de dezenas de manifestantes que trancavam cada porta de acesso e cantavam: “Hoje é seu dia de folga! Hoje é seu dia de folga! Ninguém vai trabalhar!” A maioria dos funcionários compreenderam o protesto; alguns inclusive aproveitaram para tirar fotografias ao lado do boneco da Dil-má, trazido pelos grevistas. Mais tarde, a Dil-má apareceu em carne e osso, representada por uma das diretoras da Fasubra, fazendo sucesso entre os caravaneiros e funcionários do MPOG. Imitando o jeito de falar da presidente, Dil-má anunciou que apoiava a greve dos servidores e “profetizou” que já tinha mandado seus assessores negociar.
Por volta de 8h30 da manhã, chegou o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento Sérgio Mendonça, responsável pelas negociações com os servidores federais. Sem conseguir entrar no prédio e cercado pelos manifestantes, o secretário negociou com uma comissão dos comandos de greve a entrada de sua equipe no prédio, em troca do compromisso de receber as categorias às 10 horas.
Na reunião com os comandos de greve, o secretário Sérgio Mendonça reafirmou a posição inicial do Governo em relação à greve das duas categorias estava mantida, mas que consultaria os seus superiores para que pudesse dar uma resposta dentro de um prazo de 15 dias sobre a exigência das categorias de abrir um processo de negociação.
A posição do secretário representou um recuo por parte do Governo Dilma, que se recusava a receber as categorias e através da AGU (Advocacia Geral da União) estava realizando pressão sobre as reitorias das universidades federais para cortar o ponto dos grevistas.
A luta continua
Após o término da reunião, os servidores desobstruíram o prédio e seguiram em marcha junto com os demais servidores públicos federais.
À tarde, os servidores federais se reuniram na tenda do Acampamento da Fasubra e aprovaram o seguinte calendário de mobilização:
15/05 – Dia nacional de lutas em todo Brasil
20/05 – Reunião do fórum dos Servidores Federais para discutir fortalecimento processo mobilização
12/06 – Atos nos estados, principalmente nas cidades que vão sediar jogos da Copa
Clodoaldo Gomes, da Coordenação Nacional do MLC