Em assembleia geral dos motoristas e cobradores de ônibus na cidade de Salvador ocorrida na última terça-feira, dia 26 de maio, os trabalhadores rodoviários decidiram pela deflagração da greve da categoria.
A partir das 15h, a diretoria do Sindicato dos Rodoviários, reuniram–se no auditório do Sindicato dos Eletricitários da Bahia – SINERGIA, para discutir a proposta dos empresários de ônibus e da Prefeitura.
Nesta mesma hora, vários trabalhadores estavam no estacionamento esperando a diretoria debater com todos à proposta para ser levada à reunião que aconteceria logo mais com sindicato patronal. Com muita disposição erca de quatro mil trabalhadores estavam presentes e continuaram no local até noite.
A assembleia ocorreu e foi organizada pelos próprios trabalhadores sem a presença da direção do sindicato. Por volta das 18h, os trabalhadores ouviram através de uma entrevista em uma rádio que o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Hélio Ferreira, fechou uma proposta rebaixada que não foi pleiteada pela categoria.
Revolta, indignação e desrespeito foram às palavras que vários trabalhadores descreveram sobre o acordo que foi fechado com empresários. Diante disso decretaram greve por tempo indeterminado. A partir das 19 horas foi iniciado o processo de paralisação dos ônibus e os motoristas e cobradores se encaminharam para o local da assembleia.
O motorista Renivaldo Santana relata assim a situação: “Cheguei ao local no horário que assembleia foi marcada, às 15h, a diretoria do sindicato estava no auditório, eles saíram com vários seguranças e não falaram com a categoria e mais tarde nós recusamos a proposta do patronal, pois não atendia as nossas reivindicações”, afirma.
Os rodoviários reivindicam 15% de aumento salarial, o valor de R$ 22,00 reais no ticket alimentação, a diminuição da jornada de trabalho de 8 para 6 horas e a retirada do intervalo de 1 hora. O sindicato fechou a proposta de um aumento salarial de 9%, a diminuição da jornada de trabalho de 8 para 7 horas, e um aumento de 0,85 no ticket alimentação.
A partir das 21 horas todos os ônibus já estavam parados na cidade soteropolitana, a maioria da população foi embora para suas casas de mototáxi, a pé ou de carona. A assembleia continuou e os trabalhadores estavam esperando algum representante do sindicado para explicar o acordo que foi fechado com os empresários.
A partir das 22 horas com o estacionamento lotado, apareceram dois advogados do sindicato para dar informe da reunião que ocorrera a tarde. O informe que foi dado foi apenas para justificar a atitude que os diretores do sindicato cometeram, além de deram várias justificativas jurídicas para confundir e amedrontar os trabalhadores dizendo que se a greve continuar teria encaminhamentos para a justiça.
Os trabalhadores não foram convencidos pelos advogados e reafirmavam todo momento com palavras de ordem, “O rodoviário parou, O rodoviário parou”. A maioria dos motoristas chamou o presidente do sindicato de traidor.
“Estou na greve pela minha insatisfação nas condições de trabalho e a luta dos meus companheiros”, disse Juliana Marques cobradora de ônibus. O sentimento de união e de solidariedade é muito grande no movimento grevista.
Pela manhã, não foi visto nenhum ônibus circulando pela cidade. Os rodoviários continuam em assembleia permanente no mesmo local, e até o instante não tem nenhuma reunião marcada com o movimento grevista e os empresários de ônibus. Em outras palavras, a greve continua!
Redação da Bahia