O governador Alckmin (PSDB) resolveu declarar guerra aos trabalhadores metroviários em greve, demitindo 42 dos mais destacados trabalhadores. Entre eles estão diretores do sindicato, delegados sindicais e membros da Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (Cipa), inaugurando uma prática antissindical e ferindo frontalmente a legislação trabalhista.
Com as demissões, o PSDB tenta esconder toda a corrupção praticada há anos no Metrô e na CPTM, corrupção que foi fortemente denunciada durante toda a greve. No mesmo dia em que o Governo anunciou as demissões, mais um operário morreu nas obras do metrô da avenida Washington Luís. O governador não se indignou com o vandalismo das empreiteiras, nem sequer prometeu uma investigação sobre as causas da morte de um trabalhador.
Reunidos em assembleia no dia ontem, os metroviários decidiram manter o estado de greve e convocar nova assembleia para a quarta-feira (11), véspera da Copa. Dessa maneira, uma grande paralisação, com piquetes e manifestações pode ser organizada na quinta-feira.
Para Ricardo Senese, delegado sindical da estação Barra Funda e um dos demitidos e perseguidos pelo governador, a categoria está unida e o movimento tem grande força e adesão. “O governador não vai conseguir nos intimidar com as demissões. O Metrô sabe que as demissões foram ilegais pois nenhuma das denúncias de vandalismo tem comprovação. A greve é um direito e não fizemos nada mais do que praticar nosso direito à greve. Na verdade, o Governo está em desespero pois toda sua corrupção e má gestão estão comprovadas no Metrô, na CPTM, na Sabesp e na segurança pública. É o momento de fortalecemos ainda mais nossa luta”, declarou.
A nova assembleia dos metroviários, amanhã, às 18h30, na sede do sindicato, será um grande ato político de todos que defendem os direitos dos trabalhadores.
Redação São Paulo