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quarta-feira, 13 de novembro de 2024

Declaração final do Seminário de Quito

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PaginaClausuraSIPRALEm meio de grande alegria e entusiasmo se encerrou a décima oitava edição do Seminário de Quito Problemas da Revolução na América Latina. O evento contou com a participação de 28 organizações de 15 países. Cerca de 1500 pessoas participaram das diferentes sessões do seminários em seus 5 dias.

Declaração final do XVIII Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina.

O atual cenário internacional e as tarefas dos revolucionários

Com um ar de aparente tranquilidade e otimismo, os analistas econômicos da burguesia internacional anunciaram ao mundo que a crise econômica que se instalou em 2008 havia chegado ao fim e que se vislumbrava um período de recuperação do capitalismo. Efetivamente, manifestações de uma pequena recuperação econômica estão evidenciadas em alguns países, como Estados Unidos e Alemanha, mas, ao mesmo tempo, outras economias sofrem recaídas. Em todos esses anos, o centro da crise está se deslocando para uma outra região, seus efeitos econômicos ainda estão presentes em todo o mundo, acompanhados da agudização de conflitos políticos e sociais.

O mundo é cenário de uma aguda confrontação político-social entre povos e classes dominantes, entre países dependentes e estados imperialistas, e entre potências imperialistas que disputam ferozmente entre si o controle das zonas de influência, mercados, recursos naturais dos países dependentes, etc. Assim se explicam os conflitos político-militares que se produzem em vários pontos do planeta como na Ucrânia, Síria ou no Oriente Médio.

Neste mundo agitado, os trabalhadores, a juventude e os povos em geral avançam em suas luas, buscando afirmar o protagonismo histórico que lhes correspondem.

A movimentação do capital de descarregar a crise sobre as costas dos trabalhadores se chocou com a resposta combativa dos povos da Europa. Desde o outro lado do oceano, nós os latino-americanos, temos visto com alegria e otimismo as greves gerais, mobilizações de rua e jornadas combativas que se estenderam na Espanha, Grécia, Portugal, Itália, Alemanha e praticamente todo o velho continente. Nesse exercício da luta de massas, as organizações revolucionárias redobram seus esforços para dar um rumo correto a esses combates, disputando com forças de direita e oportunistas que vêem nessas circunstâncias a oportunidade para dar soluções políticas a crise sem afetar o marco da institucionalidade burguesa.

Frente aos selvagens mecanismos e níveis de exploração capitalista na Ásia e África, a resposta dos trabalhadores é a greve. Milhares de operários e operárias, de mineiros e trabalhadores agrícolas paralisam o trabalho nas empresas que, em sua maioria, são subsidiárias de transnacionais imperialistas.

O continente americano, que em outros momentos da história se alçou em armas para derrotar a dominação colonial, também é cenário de protestos populares, de agudas confrontações políticas e de disputas interimperialistas.

O ciclo dos chamados governos progressistas apresenta graves problemas. A obra pública e social que puderam desenvolver nos anos anteriores graças a novos ingressos econômicos adquiridos pela venda de suas matérias primas no mercado internacional, agora tem dificuldade de se manter contínua: os problemas econômicos provocam estragos. Em sua busca por recursos, optaram pelo tradicionalmente aplicado pela burguesia no poder: prostrar-se ante o capital financeiro internacional e meter a mão no bolso dos trabalhadores.

Capitais chineses, russos, canadenses e estadunidenses fluem para esta região para empreender projetos mineiros, petroleiros e energéticos. Ou, através de empréstimos que, em um ou outro caso, afirmam uma dependência econômica já existente. Vários desses governos “progressistas”, em nome de uma suposta atitude anti-estadunidense, na realidade levam adiante uma renegociação da dependência com a China, de maneira particular.

Em muitos aspectos do exercício econômico e político, não existe muita diferença entre os governos ‘progressistas’ e os abertamente de direita. Em ambos são aplicadas leis para restringir e até eliminar direitos dos trabalhadores e dos povos; com distintos discursos – mas com idênticos propósitos –  se aprovam leis ‘anti-terroristas’ que buscam impedir o protesto popular através de sua criminalização; coincidem com o impulso extrativista e agroenergético que saqueiam nossas riquezas e provocam funestas e irreversíveis consequências na natureza.

Existem muitos exemplos da aplicação de políticas anti-populares e antinacionais, por isso o descontentamento e a luta dos trabalhadores, da juventude e dos povos cresce… e a repressão também. Na América, como em outras partes do planeta, a fascistização do Estado é um fato que se choca com a luta dos povos através das mais diversas formas.

Frente a esta realidade  e tendo em mente que a razão de ser das forças revolucionárias é organizar o protagonismo das massas na revolução, os participantes deste Seminário Internacional proclamam o compromisso de nossa luta, a defesa dos interesses imediatos e estratégicos dos trabalhadores e povos, e a defesa da soberania nacional, sob o signo da independência de classe.

Ratificamos o princípio da unidade dos trabalhadores e do povo como base fundamental para derrotar aos inimigos comuns, unidade antiimperialista para levar a um bom final nossa luta.

Trabalhamos pra que as idéias revolucionárias ganhem espaço e se afirmem na consciência dos povos, para isto, é fundamental confrontar e derrotar as classes dominantes e o imperialismo no terreno ideológico. Não basta combateras posições abertamente reacionárias e de direita; é fundamental desmascarar as teses e posições pseudo-esquerdistas e oportunistas que atuam no movimento popular para fazer deste funcional aos projetos capitalistas em nome de supostas revoluções do século XXI.

As lutas dos trabalhadores e dos povos que se desenvolve em qualquer parte do planeta, fazemos sentir como nossas e nos solidarizamos com elas. De maneira particular, levantamos nossa voz e nosso punho de indignação frente ao genocídio realizado pelo Estado sionista de Israel com o apoio yanqui contra o povo palestino: nossa solidariedade com a heróica luta palestina para recuperar seu território e seu direito a autodeterminação. Nossa voz de alento ao povo venezuelano que luta por defender as conquistas democráticas obtidas nesses anos e nossa condenação à ação intervencionista e desestabilizadora do imperialismo estadunidense e da burguesia desse país. Somos solidários ao povo da Ucrânia, vítima da ambição de grupos corruptos e reacionários internos e da disputa entre potências estrangeiras.

Exigimos a liberdade dos lutadores populares, dos presos políticos e prisioneiros de guerra e de todas as vítimas da repressão processadas por suas convicções em distintas partes do planeta.

Estas opiniões são fruto de um debate franco e respeitoso desenvolvido nas sessões do XVIII Seminário Internacional Problemas da Revolução na América Latina, realizado em Quito e as expomos aos povos do mundo.

Nosso objetivo é a revolução social e nacional, a libertação de toda a humanidade do julgo do capital: nesse propósito desprendemos nossos melhores esforços.

Quito, 1 de agosto de 2014

Assinam:

Partido Comunista Revolucionario da Argentina

Partido Revolucionario Marxista Leninista da Argentina

Coordinadora de Unidade Barrial / Movimiento Teresa Rodríguez –  Argentina

Partido Comunista Revolucionário do Brasil

Movimento de Mulheres Olga Benário – Brasil

Movimiento Luta de Clases – Brasil

Movimento Constituinte Democrática – Colombia

Partido Comunista da Colômbia (marxista-leninista)

Partido Comunista da Colômbia (Maoísta)

Partido dos Comunistas dos Estados Unidos

Partido Comunista da Espanha (marxista-leninista)

Frente Democrático Nacional das Filipinas

Frente Popular Revolucionaria – México

Partido Comunista do México (marxista-leninista)

Partido Comunista Peruano (Marxista-Leninista)

Coordenação Caribenha y Latino-americana de Porto Rico

Partido Comunista bolchevique (Rússia)

Partido Comunista bolchevique (Ucrânia)

Organização Revolucionária 28 de Fevereiro – Uruguai

Partido Comunista do Trabalho – República Dominicana

Asociação Dominicana de Professores

Partido Comunista  Marxista Leninista do Equador

Frente Popular – Equador

Movimento Popular Democrático

Juventude Revolucionária do Equador

Confederação Equatoriana de Mulheres pela Mudança

Frente Revolucionária de Esquerda Universitária

Partido do Trabalho da Turquia

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