Trabalhadores e trabalhadoras em bancos públicos e privados começam sua greve nacional a partir de amanhã. Após apresentarem sua pauta de reivindicação aos banqueiros em julho, os trabalhadores assistiram à intransigência dos patrões tanto nas reivindicações econômicas quanto nas sociais. A Federação dos Bancos oferece um aumento de apenas 7,35%, o que representa um aumento real de menos de 1%.
Enquanto isso, o lucro dos bancos continua crescendo de maneira assustadora no país que tem as mais altas taxas de juro do mundo. Em 2014, os banqueiros lucraram 16% a mais do que em 2013, e as taxas bancárias ficaram 10% mais caras.
Há casos, inclusive, de bancos que estão se negando a pagar a participação nos lucros aos trabalhadores, enquanto os acionistas e executivos receberam seus bônus e prêmios, como no banco HSBC.
Mas as reivindicações dos bancários vão além de exigir sua justa parte nos ganhos da empresa. Eles exigem que tenham fim as abusivas metas de vendas de planos, seguros e outras mercadorias financeiras. Essas metas geram altos níveis de pressão sobre a categoria que sofre com doenças funcionais e fazem com que o serviço do banco, que é uma concessão pública, não sirva para gerar facilidades para o conjunto da sociedade.
Manifestação em frente ao Banco Central
No dia 02 de outubro, próxima quinta-feira, a categoria bancária vai realizar um ato em frente à sede do Banco Central na avenida paulista, em conjunto com diversos movimentos sociais. O objetivo é repudiar as propostas que querem deixar o BC sob total controle do mercado financeiro e independente do controle social.
A manifestação também dará divulgação à greve reivindicando maior participação dos bancos públicos no financiamento de programas sociais como a construção de moradias populares e do incentivo à agricultura familiar e à reforma agrária.
As principais reivindicações da greve dos bancários podem ser encontradas aqui.