A agressão dos imperialistas estadunidense contra a Venezuela não tem quartel. O bolso dos venezuelanos está sendo golpeado com extrema contundência, por meio de um desenfreado aumento dos bens e serviços, sobretudo dos produtos de primeira necessidade.
A especulação, retenção e outras expressões de pilhagem econômica dos capitalistas recrudescem à medida que os infiltrados no processo aumentam a sabotagem para fazer crer que esta delicada situação é culpa da “ineficácia do governo”. Ao mesmo tempo, se criou uma forte matriz de opinião nos meios de comunicação, mas, sobretudo nas redes sociais, que faz eco nas universidades, centros de trabalho, ruas, etc.
Isto criou, como é natural, um relativo descontentamento de alguns setores com o processo bolivariano. Porém, esse “descontentamento” é passageiro, pois depende das medidas que tome o governo contra os capitalistas para que o apoio retorne.
Em agosto passado, o governo fechou a fronteira com a Colômbia e empreendeu ações efetivas que conduziram ao confisco de centenas de toneladas de produtos e prisão dos chamados “bachaqueros” (atravessadores). Estas ações foram vistas de maneira muito positiva pelos venezuelanos patriotas.
Mas, além do “toma lá da cá” econômico entre o governo bolivariano e a burguesia, os revolucionários devem ter sempre presente que a saída para a atual situação só é possível com medidas radicais que só a classe operária, o campesinato e as massas populares são capazes de empreender.
Estamos numa conjuntura em que se fazem iminentes os choques de classes mais agudos, e para sair vitoriosos os revolucionários da Venezuela devem trabalhar na unidade dos distintos setores operários, camponeses, conselhos comunais, estudantis, etc., através da Frente Popular onde trabalham as mais diversas organizações, partidos, coletivos e movimentos de esquerda. Devemos deixar de lado as diferenças grupais e enfrentar o inimigo comum: a burguesia e o imperialismo.
As ações da burguesia contra nosso país, que golpeiam os mais necessitados, são efetivadas com esta burguesia unida. Apesar das diferenças que têm os capitalistas entre eles, quando se trata de enfrentar as massas populares atuam em conjunto e com inaudita crueldade, sem importar as mortes, desastres, danos e sangue que deixam na sua passagem, utilizando para isso todas as armas a seu alcance: polícias, tribunais, assassinos, vândalos, etc.
Por isso, é necessário o trabalho organizativo imediato para a unificação popular, caso contrário, a burguesia não terá problemas em assassinar-nos e eliminar-nos a cada um separadamente, como fez no Chile em 1973, fato que em neste mês de setembro completou 41 anos e que se converte em um terrível espelho de nossa realidade, nos mostrando o que poderá se passar em nossa pátria se não tomarmos ações imediatas de unificação revolucionária.
Extraído do jornal Voz Proletária, órgão oficial da Organização Gayones, Venezuela. Setembro de 2014.