A categoria dos Servidores Públicos de Porto Alegre entrou em greve contra o arrocho salarial proposto pelo prefeito Fortunati (PDT). A greve começou no dia 20 de maio, após dois dias de paralisação, em 13 e 14 de maio, exigindo negociação imediata. Não foram atendidos na paralisação. Assim, a categoria dos servidores deflagrou a paralisação total das repartições, após a prefeitura, comandada pelo PMDB e PDT, ter aprovado um projeto que concedeu 220% de aumento nos salário de apenas 120 fiscais da secretaria da fazenda e um retrocesso para a categoria, com uma PL que retiram direitos, transformando os avanços alcançados durante a carreira em um ABONO, que pode ser retirado a qualquer momento e nem integrado na aposentadoria, visto que não configura vantagem nem salário.
Foi o estopim… A revolta resultou em piquetes cheios de indignação pelos órgãos municipais. Entre atos, passeatas e assembleias, os municipários avançam nas negociações, impondo respeito e mostrando disposição de luta, para que a partir dessa mobilização, o prefeito Fortunati (PDT), envie um PL que garanta salários e não retrocessos. As propostas da categoria são: Encaminhamento de um projeto de lei do efeito cascata, construído em consenso com a categoria, em regime de urgência – reposição integral da inflação – publicação e calendário de pagamento das progressões 2010/2012. Os trabalhadores foram recebidos pelo vice-prefeito, já que Fortunati se encontra na Alemanha e foi flagrado se divertindo em um bar com o governador Sartori (PMDB).
O prefeito não está em situação confortável, visto que DMLU, DMAE, FASC, SMED, a área da saúde, dentre outros setores estão parados. É uma batalha que está sendo travado no território urbano, o prefeito esta na areia movediça, pois sonha ser governador, o vice, sonha ser prefeito, mas a cidade vai mal. A avaliação é extremamente negativa, beirando 65% de insatisfação!! O Porto definitivamente não é mais Alegre.
Várias foram as denúncias de corrupção, que vivem assombrando a atual gestão. Recentemente o secretário de Saúde foi derrubado, depois de um acumulado de denúncias de assédio moral e da compra de um famoso livro chamado “Zumbis da Pedra”. Foram mais de 1 milhão de reais sem licitação. Lembrando que a pasta da Saúde na cidade de Porto Alegre sempre foi motivo de muita polêmica, inclusive de assassinato, como no dia 27 de fevereiro de 2010, quando um político tradicional da burguesia, Eliseu Santos (PTB), fora assassinado, após depor na Operação Pathos, que investigava o desvio de verba do Programa Saúde da Família, que foi especulado em 9 milhões.
Contudo, os municipários reafirmaram, na última assembleia, que só saem da greve com a reposição integral da inflação de 8,17% e o reconhecimento das perdas acumuladas, totalizando 20%, mais o calendário das progressões funcionais para 2015 e o PL garantindo o não terão confiscados seus salários e direitos adquiridos. Enquanto seguem em greve, os vereadores se autoconcederam um belo reajuste de quase 2 mil reais. Reafirmando o caráter de classe das decisões que os vereadores e o prefeito vêm tomando, mostrando, assim, que o lado destes não é o da classe trabalhadora.
Jonas Tarcísio, Municipário
Matheus Portela, Unidade Popular pelo Socialismo (UP)