Assembleia tumultuada quase acaba em pancadaria provocada pelo presidente do sindicato
Os servidores do IFAL estão em greve desde o dia 15, por deliberação da categoria em assembleia geral de base, realizada no dia 22 de maio e reafirmada no dia 12 de junho. Os diretores do sindicato da categoria, proibidos de atuar pela justiça no último período, realizaram sua primeira assembleia hoje (16), em Satuba, foram contrários aos encaminhamentos da base, e acabaram sendo expulsos da assembleia.
A categoria ficou revoltada ao ver a gestão sindical 2009/2012 – reconduzida pelo TRT 19ª Região para responder pelo SINTIEFAL durante o período eleitoral – chegar uma hora atrasada na assembleia, querer deslegitimar a greve, não querer colocar para votação às demandas da base e, por fim, impedir os servidores de decidirem sobre a eleição para a nova gestão.
Agressões
O novo/antigo presidente do SINTIETFAL, que retornou à posse da entidade na última semana, começou ameaçando o jornalista presente (funcionário do sindicato desde 2012) para não haver registros da assembleia. Fato repudiado pela base.
“A assembleia foi unânime em manter Ésio Melo como assessor de comunicação do sindicato, mas quem presidiu a mesa se negou a pôr em votação isso”, afirmou Mayara Esteves, técnica do Câmpus Satuba e representante do comando de greve, dizendo ser “absurdo a categoria participar de uma assembleia que o presidente não encaminha nenhuma votação”.
Houve também cerceamento das falas dos servidores por parte do presidente da assembleia, com interrupções constantes e até com um empurrão a um filiado do sindicato, durante seu pronunciamento, como mostra o vídeo abaixo.
Deliberações
Mesmo com toda confusão causada pelos representantes do SINTIETFAL, a base conseguiu aprovar a greve dos servidores na assembleia geral com votação conduzida pelo presidente do sindicato, como manda o estatuto.
Outras deliberações, como o repasse do fundo de greve para ser utilizado nas mobilizações, a manutenção do funcionário da comunicação do sindicato, a anistia do pagamento da mensalidade sindical durante o litígio jurídico da entidade e o início do processo eleitoral, com a formação da comissão eleitoral e de um regimento eleitoral, foram aprovadas simbolicamente, pois os atuais diretores se recusaram a colocar para votação e saíram do auditório sob vaias e gritos de “ih, fora!” dos presentes.
Para Gabriel Magalhães, professor do câmpus Satuba, esse tipo de atitude mostra que essa direção é antidemocrática e não possui condições de conduzir nem a greve nem as eleições. “Na greve dos Garis do Rio de Janeiro e na dos Rodoviários do Rio Grande do Sul vimos exemplos de que a categoria pode fazer a luta sem depender de direções burocratizadas que se agarram em estatutos obsoletos para se perpetuar nas direções dos sindicatos”, afirmou Magalhães.
Redação, Alagoas