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sábado, 16 de novembro de 2024

Chacina em Osasco: grupo de extermínio mata dezenove pessoas

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chacinaÀs 9h da manhã de hoje o Serviço Funerário municipal ainda não havia recolhido todos os corpos das vítimas da chacina ocorrida na noite do dia 13. Pelo menos 19 pessoas foram assassinadas e outras dezenas baleadas por pessoas encapuzadas em diversos pontos das cidades de Osasco, Barueri e Itapevi, na região metropolitana de São Paulo.

Os assassinos estavam tão confiantes em sua ação que sequer esperaram passar da meia noite. A partir das 21h já foram reportados tiros na cidade de Osasco. Os ataques seguiram até as 23 horas, sempre em bairros da periferia, onde moram os trabalhadores pobres e negros.

Muitas testemunhas descreveram o mesmo modo de atuar: os assassinos rendiam as vítimas, perguntavam quem tinha passagem pela polícia e executavam a sangue frio os que afirmavam ter algum antecedente criminal. Esse fato reforça a suspeita de ser um grupo de extermínio composto por policiais e agentes de segurança.

Também reforça essa suspeita o fato da chacina ter ocorrido após uma investigação da corregedoria da polícia ser iniciada contra agentes da ROTA. Mais uma vez, os trabalhadores pobres, que moram em bairros de periferia e são, em sua maioria, negros, pagam a conta de sangue mais cara da corrupção que está entranhada nas instituições brasileiras, em especial a polícia.

A chacina em Osasco acontece no momento em que são lembrados os 25 da Chacina de Acari, crime até hoje sem punição. Neste ano, várias chacinas ocorreram no Brasil tendo as forças polícias como suspeitas. A Chacina de Manaus, no Bairro da Terra Firme em Belém, e no bairro da Cabula em Salvador. O que há de comum entre essas mortes é que as vítimas sempre são os negros moradores de periferia e os policiais suspeitos nunca são punidos.

O Brasil jamais poderá ser um país democrático enquanto a chacina de negros for um fato banal. Um governo que de fato queira enfrentar essa situação deve propor a desmilitaração da polícia, instituição que representa a reprodução da morte e da violência contra a população pobre.

Redação, São Paulo.

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