Nem mesmo a forte chuva, que assolou a capital alagoana, impediu os trabalhadores e a juventude de ir às ruas nesta quinta-feira, 20 de agosto. A manifestação contra o ajuste fiscal, por direitos sociais e por democracia, realizada em todo o país, reuniu cerca de duas mil pessoas em Maceió.
Trabalhadores rurais, sindicalistas, militantes de movimentos de moradia e de partidos políticos de esquerda marcharam juntos pelas principais ruas do centro até o Palácio do Governo de Alagoas, onde simbolicamente foi dada às costas ao Governador Renan Filho que, desde maio, não paga a reposição salarial dos servidores estaduais.
A maioria das falas foram uníssonas em repudiar a atitude do PSDB e da extrema direita que, não aceitando a derrota eleitoral na última eleição presidencial, têm tentado um conjunto de ações golpistas em busca do poder no Brasil.
“Nosso povo lutou muito pelo fim da ditadura militar e vários deram suas vidas por liberdade e democracia, como os alagoanos Manoel Lisboa e Gastone Beltrão. Portanto, essa manifestação é para dizer não à ofensiva da direita e a qualquer tentativa de golpe”, afirmou Magno Francisco, presidente estadual do partido Unidade Popular pelo Socialismo.
Magno também foi enfático em rechaçar a política econômica do governo Dilma, que joga nas costas dos trabalhadores a conta da crise. Para ele, o conjunto de medidas do ajuste fiscal, como os cortes de direitos trabalhistas e de verbas da educação, saúde e moradia, além do aumento dos juros, da conta de energia e do valor dos combustíveis, só tem piorado as condições de vida do povo brasileiro.
“Dilma e seu Ministro, o tucano Joaquim Levi, a todo momento tem atacado os direitos sociais dizendo ser necessário para enfrentar o momento de crise. Mas que crise é essa que só ataca os direitos dos pobres, enquanto os ricos e banqueiros batem recordes de lucros? Precisamos unir os trabalhadores por aumento geral dos salários, por taxação das grandes fortunas e pela reversão do pagamento da dívida pública em investimentos sociais. Só assim será possível ter uma saída para a crise que favoreça o povo”, completou o representante da UP.
Os movimentos sociais do campo e da cidade também estiveram nas ruas para defender reforma agrária, reforma urbana e um novo Brasil. Carlos Lima, coordenador da regional da CPT, disse que quando o povo da cidade e do campo se unir, a burguesia não vai resistir. “A crise foi gerada pelos ricos e são eles quem devem pagar por ela. Nosso povo precisa de reforma agrária, de reforma urbana, da democratização dos meios de comunicação e outras reformas populares que acabem com a desigualdade social. Só a nossa união pode vencer a burguesia”, afirmou Lima.
A indignação contra Eduardo Cunha (PMDB) era visível na manifestação. Cartazes com “Fora Cunha” denunciava o responsável por retrocessos históricos em direitos da juventude e dos trabalhadores, como a lei da terceirização e a redução da maioridade penal. “Cunha quer criminalizar ainda mais a juventude, colocando cada vez mais cedo os jovens na cadeia. Para completar, Dilma ainda corta verbas da educação. Nossa luta é por mais escolas e menos cadeia. Queremos um futuro de esperança para os jovens”, afirmou Amanda Balbino, da União da Juventude Rebelião.
Redação Alagoas