Nelson Erazo, presidente da Frente Popular do Equador, qualificou como um êxito as ações realizadas em nível nacional na Greve Geral desde a madrugada do dia 13 de agosto.
Para Erazo, foi uma grande derrota da “revolução cidadã”, do governo e do correísmo em geral, pois suas políticas não beneficiaram em nada o setor indígena, camponês e, menos ainda, os trabalhadores.
Até o meio dia, as províncias amazônicas de Orellana, Pastaza e Morona estavam com suas rodovias fechadas. Nesta última, membros das comunidades Shuar e Achuar e a população mestiça se mobilizaram no centro da cidade de Macas, capital da província de Morona Santiago. A rodovia Limón-San Juan-Bosco foi completamente paralizada.
Na região da Serra, as províncias de Loja, Tungurahua, Cotopaxi, Pichincha e Imbabura se encontram igualmente paralisadas em suas vias de acesso. Às 12h30, a prefeita de Ibarra, Hilda Herrera, informou que o rodoanel da Madre se encontrava fechado, enquanto na rodovia Panamericana, militantes da Juventude Revolucionária do Equador estão presentes no fechamento das vias e uma marcha de trabalhadores e camponeses avança para Cayambe, entre Imbabura e Pichincha.
Em Quito, os trabalhadores da saúde estão participando da Greve. Dezenas de médicos e enfermeiras do Hospital Metropolitano se concentram em frente a casa de saúde para manifestar seu protesto ao Código Integral Penal. Em outro setor da capital, a ponte Guayasamin foi bloqueada.
A coordendora unitára dos trabalhadores informou em um boletim que a entrada da cidade de Cotacachi e a via para Peguche (Ibarra) foram bloqueadas por mais de 500 manifestantes pertencentes a organizações sociais e populares dessas localidades. Apesar da ameaças de repressão da polícia, os manifestantes se mantiveram firmes no bloqueio.
Na região de Chasqui, a polícia usou bombas de gás para dispersar os manifestantes que bloqueavam a via contra as ordens do ministro José Serranon.
En Santa Isabel, na província de Azuay, a via de acesso ao cantão foi paralizada.
Na Costa, foi registrado o fechamento de vias em Esmeraldas, o ingresso da Refinaria de Esmeraldas. Em Guayaquil vários pontos registraram manifestações, inclusive no centro e na Universidade Estatal.
Durante a tarde, mais de 100 mil pessoas marcharam em Quito no encerramento da greve geral. Abaixo temos um vídeo com uma tomada aérea da marcha:
O dirigente da Confederação Indígena (CONAIE), Salvador Quishpe foi fortemente agredido pela polícia e detido sem justificativa ao final da marcha. O mesmo aconteceu com a jornalista de nacionalidade francesa Manuela Picq, que declarou ter sido sequestrada pelas forças de segurança e publicou fotos com graves escoriações nas redes sociais.
A realização desta greve nacional fez cair qualquer máscara que o governo de Rafael Correa ainda pudesse ter. Trata-se de um governo de direita, oportunista em suas relações exteriores e que impõe forte perseguição aos trabalhadores, indígenas e camponeses.
Da Redação, com informações de EcuadorLibreRed e Jornal Opción