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quinta-feira, 28 de março de 2024

Universidades Federais só têm verbas para funcionar até setembro

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Ocupação_Reitoria_04Segundo o Reitor da maior universidade federal do país, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, “a previsão é que as universidades federais não passem de setembro”. Ou seja: não tem verba suficiente para manter as universidades funcionando até o final do ano.

O governo federal cortou o total de R$ 10,5 bilhões da educação neste ano, alegando a necessidade de fazer ajustes fiscais para a manutenção do pagamento dos juros e amortizações da “dívida” pública. Uma realidade que já era difícil ficou ainda pior.

As reitorias tomaram diversas medidas que se tornaram um tormento para a comunidade acadêmica de vários Estados, como paralisações de obras, corte de bolsas de manutenção acadêmicas e pesquisas, chegando ao absurdo da falta de recurso para pagar energia elétrica e os funcionários terceirizados.

Segundo balanço do Ministério da Educação (MEC), no ano passado, havia 456 obras em execução nas universidades federais. Este corte afetou diretamente a conclusão destas obras, como é o caso da Universidade Federal de Tocantins, que suspendeu temporariamente a construção de salas de aula e bibliotecas. No total, 29 obras foram paralisadas. Também foi prejudicada a construção de novos restaurantes universitários na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) não têm dinheiro nem pagar a conta de luz. No caso da UFBA, o atraso no pagamento dos meses de maio e junho deste ano está acumulado no valor de R$ 2,3 milhões, e, como consequência, houve o corte do fornecimento de energia elétrica.

A UFRJ adiou o início das aulas por falta de recursos para pagar o salário dos trabalhadores terceirizados, e a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) suspendeu o calendário letivo do segundo semestre de 2015 para os alunos da graduação presencial e a distância. Em nota oficial, a Reitoria justificou a medida devido ao corte orçamentário e à greve dos funcionários técnico-administrativos da instituição.

Pátria educadora para quem?
Como pode um país que tem como um dos seus lemas “Brasil, Pátria Educadora” e um orçamento R$ 2,168 trilhões, em 2014, segundo o site da Auditoria Cidadã, não ter verba nem para pagar os funcionários e a conta luz das universidades? A resposta é clara: o Governo prioriza pagar fielmente os juros e amortizações da “dívida” pública, que, só no ano passado, custou aos cofres públicos R$ 978 bilhões, em detrimento da educação.

Os estudantes, professores e técnico-administrativos das universidades federais vêm se mobilizando contra estas medidas, pela valorização profissional e melhor remuneração nos salários dos servidores. Em greve desde o dia 28 de maio, os professores deflagraram o movimento em 41 instituições, e os técnicos, em 67. Como bem disse Rafael Almeida, estudante de História da UFRJ e diretor do DCE, “como forma de resistência ao ajuste fiscal e cortes na educação, os estudantes ocuparam todos os conselhos universitários deste ano, ocuparam a Reitoria por oito dias e realizaram uma assembleia estudantil com 1.500 pessoas e estão em greve estudantil há dois meses”.

Não bastasse, no dia 30 de julho, o Governo Federal anunciou um novo corte de verbas para a Educação de mais R$ 1 bilhão. Resta a nós, jovens universitários, lutar contra esses cortes e fortalecer a unidade de professores, funcionários e estudantes em defesa das universidades federais e pela imediata suspensão dos pagamentos da dívida pública.

Alexandre Ferreira, Coordenação Nacional da União da Juventude Rebelião – UJR

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11 COMENTÁRIOS

  1. Lutar por melhores condições de trabalho é muito lindo. No entanto, é bom lembrar que os professores todos estão com o dinheiro deles no bolso, e nós alunos somos e seremos sempre os mais prejudicados nisso tudo com o que sucede uma greve – ainda mais uma greve de grandes proporções como tal.

  2. Eu não entendo como noticias como essas não saem na grande mídia… No máximo fazem um “comentário”.

  3. Sim os mais prejudicados somos nos alunos que nao temos uma formação de qualidade ainda mais agora, uma greve por qualidade nao me prejudica tanto assim.

  4. Tái para vocês, professores, que tanto apoiam o PT, sofrer essa situação. É disso para pior. Tirem as vendas ideológicas.

  5. Fala sério. Nossos professores fazem uma greve por melhorias que vão beneficiar não só a eles, mas também AOS ESTUDANTES, e o cara vem dizer que seremos prejudicados. Bicho, o atraso de 1, 2 semestres, quando se luta pela manutenção de uma educação pública de qualidade, não representa nada. Por favor, a pauta de nossos professores é mais que legítima.

  6. pensasse nisso antes de votar na Dilma. Vcs estudantes são os grandes defensores do PT só pq estão comprados com essa merda de Ciência sem Futuro (bolsa turismo). Agora paga o pato!!

  7. É necessário sim uma intervenção tanto dos professores quanto dos estudantes, manter uma educação de qualidade sem bolsas de pesquisas ou até mesmo com grandes problemas de estrutura nas universidades é impossível, é bem verdade que o maior prejudicado somos nós estudantes, porém se não for assim o quadro só piora.
    Com tantos problemas é difícil imaginar o futuro de nossa educação .

  8. Ok, os cortes são terríveis mesmo para a educação, isso é incontestável. Mas gostaria de saber o porque das aspas na palavra dívida, o estado fez as dívidas, certo? Ou não? O estado nos representa (pelo menos no papel), certo? O que se espera? Que nosso país de um calote em quem emprestou o dinheiro? Acham que isso é realmente certo? Por mais que se alegue juros exagerados não me lembro de terem obrigado o estado a fazer empréstimos.

  9. pois é Cristiano. Não há interesse das grandes mídias de falar nesse assunto. Tanto do lado da oposição quanto do governo possuem seus aliados na chamada grande imprensa e divulgam apena aquilo que é de seus interesses! por isso jornais como A Verdade são veículos de grande importância.

  10. Felipe, infelizmente o Estado não fez essas dívidas para o benefício da população e nem a consultou (vide na época do regime militar, em que a dívida brasileira aumentou consideravelmente). O Estado no capitalismo representa majoritariamente a classe burguesa. Você é conivente com uma dívida que faz o Brasil se manter sempre dependente economicamente, por exemplo, das grandes potências imperialistas (como os EUA)?

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