Com muita vibração e ao som do hino da Internacional Comunista, a militância deu início, no dia 13 de agosto, à 1º Conferência de Quadros da União Juventude Rebelião – Manoel Lisboa de Moura. Reunidos na terra de Zumbi dos Palmares, durante três dias, dezenas de jovens lideranças das cinco regiões do país discutiram a situação política atual, o papel dos quadros comunistas e as tarefas da juventude brasileira.
A Conferência iniciou com a esclarecedora palestra de Lula Falcão, membro do Comitê Central do Partido Comunista Revolucionário (PCR) e diretor de redação do jornal A Verdade, sobre a atual conjuntura e o papel dos comunistas. “A atual crise econômica que vive não só o Brasil como a grande maioria dos países é resultado da existência de um regime econômico e político que está superado, que está velho, e como disse Marx, precisa ser sepultado. Mas, para isso, é indispensável termos um partido revolucionário, que defenda uma verdadeira revolução popular não para as calendas gregas, mas para hoje e que lute para colocar o poder nas mãos dos trabalhadores e não a conciliação com uma burguesia nacional que provou inúmeras vezes que tem unicamente como compromisso defender a exploração das massas e a espoliação do país.”
Vários interviram e apontaram o papel importante que a UJR vem desempenhando em se somar ao conjunto das organizações populares e democráticas comprometidas com a luta contra o ajuste fiscal e defesa dos direitos da juventude brasileira e por um poder popular.
Outro momento de grande entusiasmo foi a palestra de Edival Nunes Cajá, ex-preso político e membro do Comitê Central do PCR, que falou sobre os métodos e o conteúdo ideológico de uma correta política de quadros. Cajá ressaltou que as principais características na formação dos quadros são a “regularidade do coletivo e a formação da personalidade comunista”. Destacando o papel do coletivo na vida de um militante e a importância da crítica e autocritica no enfrentamento das diversas manifestações do liberalismo. Além de fazer várias referências à conduta exemplar de Manoel Lisboa, principal dirigente do PCR, durante toda a sua vida, inclusive no momento mais duro, em que enfrentou torturas intermináveis, não cedendo em nenhum momento aos carrascos da ditadura. Complementou ainda que é com estes exemplos de dignidade, personalidade comunista, solidariedade e profunda perspectiva revolucionária que devem ser formados os novos quadros revolucionários da UJR.
No último dia, a Coordenação Nacional da UJR apresentou o balanço dos últimos meses após o glorioso 4º Congresso da UJR, constatando um crescimento de mais de 100 jovens que ingressaram nas nossas fileiras. Também mereceu destaque a expansão para dois novos estados neste ano, Goiás e Mato Grosso, chegando a 17 estados com militantes. Ao mesmo tempo, constatou-se o reforço da necessidade de intensificar a formação política e ideológica da nossa militância. Neste período, foi realizado uma experiência exitosa, o Curso de Formação Marxista da UJR, em duas edições, que duraram sete dias estudando a História do Partido Bolchevique da URSS e O Papel do Indivíduo na História, de Plekhanov.
Ainda foram colocados vários desafios e autocríticas sobre variados temas como a agitação e propaganda, o trabalho entre as mulheres e a participação da campanha pela legalização da Unidade Popular pelo Socialismo (UP).
Ao final, Rafael Pires, secretário político da Coordenação Nacional da UJR, fez um balanço da Conferência “Chegamos de forma vitoriosa ao final desta atividade, que cumpriu um papel muito importante para nossa organização, reunindo os quadros de direção da UJR do país, para desenvolvermos um intenso debate, formulação política e de estudo do marxismo-leninismo, este é o caminho para conseguirmos unir nossos quadros na perspectiva de assumirmos com mais vigor e determinação o papel de vanguarda na organização da juventude revolucionária de todo o país”.
Alexandre Ferreira, coordenação Nacional da UJR