Desde o dia 10 de Setembro, os trabalhadores da Ford em São Bernardo do Campo estão em greve contra a demissão de cerca de 200 trabalhadores, entre os quais alguns que estavam em Layoff, anunciada pela empresa em 09 de Setembro desse ano. Nos dois primeiros dias, o movimento grevista foi geral na empresa e a partir daí, segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do Grande ABC, foram parados setores estratégicos em regime de revezamento.
Não é a primeira montadora da região que demite trabalhadores alegando a crise econômica. A Volks e a Mercedes, em São Bernardo do Campo, e a GM, São Caetano do Sul, além de dezenas de empresas metalúrgicas e químicas de pequeno e médio porte já realizaram demissões.
Mas se é verdade que a crise está diminuindo a venda de carros, é preciso lembrar também que enquanto estavam tendo lucros milionários as empresas não dividiram essa riqueza com os trabalhadores nem com o povo brasileiro. Pelo contrário, em 2010, por exemplo, as montadoras enviaram para fora do Brasil U$ 5,6 Bilhões, lucro obtido à custa do suor dos trabalhadores brasileiros.
Não podemos aceitar que os patrões tentem jogar sobre as costas dos trabalhadores a crise gerada exatamente pela sua sede de lucros, com demissões ou com programas como o PPE (que reduz a jornada e o salário dos trabalhadores para garantir o lucro das empresas). Precisamos defender um programa que proteja os trabalhadores e não o lucro dos patrões! Exigimos que as empresas com sede no Brasil sejam proibidas de efetuar demissões sem justa causa e as que alegarem-se incapaz de se manter funcionando sejam entregues para os trabalhadores.
Os trabalhadores da Ford estão mostrando o caminho capaz de impedir um retrocesso aos direitos dos trabalhadores! Aumentar a unidade da classe trabalhadora e enfrentar os patrões, lutando pela garantia e ampliação dos nossos direitos.
Gregorio Gould, São Paulo