O Grito dos Excluídos surgiu há 21 anos como forma de questionar a comemoração do Dia da Independência do Brasil no 7 de setembro. Na edição deste ano, o Grito trouxe como tema “Que país é esse que mata gente, que a mídia mente e nos consome?”, e levou para as ruas de todo o país milhares de pessoas e movimentos sociais, sindicais e estudantis.
Segundo os organizadores do evento, a principal denuncia deste ano é da manipulação da mídia, sem deixar calar a insatisfação da exclusão diária que sofrem os negros, pobres e mulheres da periferia. “Começamos perguntando-nos: ‘Que País é este?’ E as respostas vêm do dia a dia, das periferias, onde sobrevivem as famílias pobres, das juventudes que sofrem as retaliações e as exclusões de uma sociedade elitista e seletiva, dos negros e periféricos vítimas das drogas e do sistema, encarcerados e esquecidos nos porões e pocilgas humanas do perverso sistema carcerário, dos operários de quem, aos poucos e sutilmente, são retirados os direitos, dos idosos mendigando o direito a viver com dignidade os últimos dias de sua vida”, afirmou o padre Gianfranco Graziola, vice-coordenador nacional da Pastoral Carcerária e um dos coordenadores do evento.
Em São Paulo, 10 mil pessoas caminharam da Paulista até o Ibirapuera; No Rio de Janeiro, 700 pessoas participaram da manifestação no Centro; Em Brasília, 200 manifestantes foram à Esplanada dos Ministérios; Em Salvador, 8 mil pessoas participaram do protesto; Em Aracajú, 4 mil pessoas se reuniram em uma praça no Centro.
Em Recife, o Grito contou com a participação de 3 mil pessoas que saíram em caminhada da Praça Osvaldo Cruz até a Av. Dantas Barreto, no Centro. Mais de 50 entidades, entre movimentos estudantis, sindicais, de mulheres, negros, indígenas e LGBTT ergueram a bandeira da democratização da mídia. Também foram levantadas as reivindicações pelo fim do ajuste fiscal, contra a redução dos direitos dos trabalhadores, contra os cortes de verbas para a educação e por uma saúde pública de qualidade para a população.
Os militantes da Unidade Popular pelo Socialismo (UP) aproveitaram o clima de insatisfação com os atuais partidos políticos para crescer sua campanha de legalização. “Neste momento de crise precisamos nos apresentar como uma alternativa à esquerda e temos sido bem recebidos pelo público. É preciso não desanimar nem perder as esperanças, e a UP se propõe a realizar essas mudanças de que tanto a população necessita”, afirmou Bruno Abreu, estudante da Universidade Federal de Pernambuco e militante da UP.
Redação PE.