150 milhões de trabalhadores – principalmente dos bancos públicos, indústria, construção civil, mineração e transportes, realizaram nesta quarta-feira na Índia uma greve geral de um dia contra a política econômica do governo do primeiro-ministro Narendra Modi, do partido de direita BharatiyaJanata (BJP). O protesto, possivelmente o maior da história da Índia, foi convocado por 10 das maiores centrais sindicais do país, e reivindica que o governo abandone o projeto de vender as ações das empresas estatais e de mudar a legislação trabalhista.
Um grande número de escolas e negócios também foram fechados nos estados de Kerala e Bengala Ocidental, onde os sindicatos contam com grande adesão. Com a interrupção do transporte público, passageiros se aglomeraram nas estações de trem e aeroportos.
Narendra Modi foi eleito em maio de 2014 com a promessa de reformar o mercado de trabalho para incentivar os investimentos estrangeiros e dinamizar a terceira maior economia asiática. Mas o caminho encontrado pelo governo tem sido a precarização das relações de trabalho e a privatização das empresas públicas.
Dentro da pauta de reivindicações dos trabalhadores podemos destacar:
- Medidas urgentes para conter a subida de preços através da universalização do sistema público de distribuição e o fim da especulação no mercado de commodities;
- Contenção do desemprego através de medidas concretas de geração de emprego;
- Aplicação estrita de todas as leis trabalhistas básicas sem exceção e punições rigorosas contra a violação das leis trabalhistas;
- Cobertura de seguridade social universal para todos os trabalhadores;
- Salário mínimo de 15000 rúpias por mês (cerca de R$ 750);
- Fim das contratações temporárias e das terceirizações; salários e benefícios iguais para trabalho igual;
- Fim dos desinvestimentos e privatizações no setor público;
- Retirada das emendas à legislação trabalhista, que retiram direitos dos trabalhadores.
Clodoaldo Gomes, da Redação