UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 16 de novembro de 2024

Abaixo o PL 5.069!

Outros Artigos

MATÉRIA ATUALIZADA ÀS 12H20

De autoria do presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o projeto de lei nº 5069 foi aprovado por uma maioria expressiva pela Comissão de Constituição e Justiça (37 votos a favor e 14 votos contra).

PL 5069 Rio

Este projeto se caracteriza por ferir a dignidade das mulheres, em especial das mulheres vítimas de violência sexual, e ir de encontro às conquistas de aborto legal para vítimas de estupro, e ainda pela proibição da indicação da pílula do dia seguinte nos hospitais públicos, criminalizando a venda deste medicamente. O projeto obriga as mulheres abusadas sexualmente a fazerem o exame de corpo de delito para comprovarem que foram estupradas para poderem ser atendidas pela saúde pública, além de tentar criminalizar os trabalhadores da saúde pública e as próprias vítimas.

O PL 5.069 se soma a outras iniciativas, entre as quais o Estatuto do Nascituro, também conhecido como bolsa-estupro, que são projetos de lei que agridem os direitos das mulheres e criminalizam as vítimas de violência sexual. A violência sexual passa a ser ainda mais banalizada, assim como é banalizado o sofrimento das vítimas de estupro. Como se o corpo das mulheres pudesse ser violado sem ônus para o estuprador e a sociedade, que convive com este tipo de crime do qual são vítimas, segundo estimativa do IPEA, mais de 550 mil mulheres anualmente, sendo que apenas 10 % dos casos chegam ao conhecimento das autoridades policiais e de saúde.

As mulheres e povo têm sentido os efeitos de um Congresso Nacional extremamente conservador, no qual a maioria dos deputados estão em Brasília para conservar os privilégios dos ricos, dos grandes empresários corruptos, bandidos de colarinho branco, a exemplo do sr. Eduardo Cunha, e de bancadas retrógradas, reacionárias, contrárias aos interesses das mulheres, que enxergam o povo como mão de obra barata para usufruto das classes exploradoras. Assim esses reacionários agem, colocando leis que, ao invés de proteger as trabalhadoras e os trabalhadores, diminuem seus direitos, como a PL 5069, que mexe com a vulnerabilidade das mulheres vítimas de estupro.

As demonstrações de indignação das mulheres e do povo contra a PL 5.069 estão nas ruas. Em Recife 600 mulheres participaram do ato; no Rio de Janeiro, 1.000 mulheres; em São Paulo, 15.000; em Belo Horizonte, a polícia agrediu violentamente as manifestantes.

As manifestações exigem o fim do projeto, a prisão do deputado corrupto Eduardo Cunha e que o Congresso Nacional esteja preocupado em combater o desemprego em vez de querer controlar a sexualidade das mulheres. Em São Paulo, as mulheres cantavam “O corpo é nosso. Legalize o aborto” e “Ai ai ai ai, se empurrar o Cunha cai”.

Na verdade, a sanha conservadora sempre encontra na vida das mulheres uma válvula de escape para o seu fascismo.

Pela prisão de Eduardo Cunha!

Nenhum direito a menos para as mulheres!

Guita Kozmhinsky, da Coordenação do Movimento de Mulheres Olga Benario

ERRATA: Antes da atualização da matéria, às 12h20 (18/11/15), o texto afirmava que o sr. Alberto Pinto Coelho (PP), ex-vice-governador de Minas Gerais, foi o responsável pela agressão às manifestantes no ato contra o PL em Belo Horinzonte, pelo que gostaríamos de nos retratar, uma vez que esta informação está errada.

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes