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sábado, 21 de dezembro de 2024

Ocupação do MLB é reprimida com violência em São Bernardo

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Na madrugada deste domingo (08/11), 300 famílias organizadas pelo MLB ocuparam um terreno abandonado há mais de 30 anos, na região do bairro Demarchi, em São Bernardo do Campo (SP).

A ocupação, batizada de “Eliana Silva 2”, ocorre quase um ano depois do despejo de outra ocupação do MLB na cidade, a Ocupação “Devanir de Carvalho”. Segundo Ivanildo Xavier, um dos coordenadores da ocupação, as famílias passaram os últimos meses tentando dialogar com a prefeitura uma saída para o problema, mas não foram atendidas. “A situação se tornou insustentável para essas famílias devido ao aumento sem controle dos alugueis. Muitos estão aqui por que simplesmente não têm onde morar”, disse.

Esse é o caso da comerciária Janaína de Cássia, que mora de aluguel e faz parte da ocupação. “Eu sou pai e mãe, sustento minha família e hoje o aluguel está muito caro. Ou a gente come, ou a gente paga o aluguel”, relatou. Outro morador, fez cobranças ao governo: “Estamos aqui para lutar para ter um lar. O governo faz pouco caso das classes proletariadas, a burguesia toma conta, e deixa o mínimo para o povo então temos que lutar pela moradia para o povo”, disse.

Despejo

Por volta das 13h, o secretário de Segurança Urbana de São Bernardo, Cícero Ribeiro Silva, esteve no local e, em nome da Prefeitura, propôs que as famílias desocupassem a área em troca de uma reunião na segunda-feira (09/11) para definir o destino da ocupação.

As famílias por sua vez apresentaram a contra-proposta de manter a ocupação até que seu chegasse a um acordo. A prefeitura não aceitou. Segundo o secretário, a cidade possui um programa para habitação e uma fila a ser respeitada. “Nenhuma ocupação, ou invasão, permanecerá em São Bernardo”, disse em entrevista ao jornal ABCD Maior. “A luta do MLB não é para furar nenhuma fila da moradia. Ao contrário, lutamos pelo fim das filas e para que todas as famílias brasileiras tenham onde morar”, disse Ivanildo.

Entretanto, a Prefeitura preferiu tratar o problema das famílias com violência e ordenou o despejo da ocupação. Dezenas de balas de borracha e bombas de efeito moral foram utilizadas contra homens, mulheres e crianças indefesos.

As famílias estão agora se reorganizando e preparando novas ações para responder à truculência da polícia e da Prefeitura de São Bernardo.

Enquanto morar dignamente for um privilégio, ocupar é um direito!

Da Redação

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