A união e a organização dos trabalhadores da construção civil de Petrolina quebraram a arrogância patronal com uma grande greve. Os patrões não queriam negociar com a categoria, alegando a crise econômica, e ainda tentou alterar a data-base, que é 1° de outubro, para 1° de abril. Assim, depois de quase dois meses sem avanço nas negociações, a categoria unida decidiu cruzar os braços e entraram em greve no dia 30 de novembro.
Os trabalhadores estavam sem aumento há mais de um ano e o resultado desta luta repercutiu em todo estado, pois, em 30 anos, nunca foi visto algo parecido no setor da construção civil na cidade. O resultado foi a conquista do reajuste de 9,9%, a garantia da data-base em outubro, sem perda dos quatros dias de greve.
A greve histórica foi comandada pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil e do Mobiliário de Petrolina (Sinticon), com o apoio do Movimento Luta de Classes (MLC) e da Federação dos Trabalhadores da Construção do Norte e Nordeste (Feticom N/NE). Entre as mobilizações, houve uma passeata com mais de mil trabalhadores pelas ruas do Centro de Petrolina, que fizeram várias denúncias contra os patrões em frente à Gerência Regional do Trabalho.
Petrolina, segundo estimativa do IBGE, em 2015, tem uma população de aproximadamente 332 mil habitantes, sendo o quinto município mais populoso de Pernambuco. As várias obras de construção civil evidenciam o crescimento populacional. A desigualdade social também é evidente, a estimativa é que a participação dos 20% mais pobres fosse de 2,8%, em 2010, ao mesmo tempo que os 20% mais ricos tinham uma participação de 66,1 % da renda do município, 23,6 vezes mais que a dos mais pobres. Hoje é comum o aumento de trabalhadores e trabalhadoras morando em pequenas favelas, regiões degradadas e que não possuem acesso aos serviços básicos, como abastecimento de água potável, rede de coleta e tratamento de esgoto.
MLC-Petrolina