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quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Gastos com Olimpíadas no Rio superam orçamento da Educação

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Segundo informações da Prefeitura do Rio de Janeiro, os custos totais com a realização dos Jogos Olímpicos Rio 2016 somaram R$ 39,07 bilhões. Esse valor é maior que o orçamento federal da Educação (R$ 32,8 bi) e pouco menos da metade de tudo que o governo irá gastar com Saúde este ano (R$ 91,5 bi).

Ainda de acordo com a prefeitura, a maior parte desses gastos foi bancada pela iniciativa privada (58%), cabendo ao poder público o restante da conta (42%). Trata-se de uma grande mentira, repetida milhares de vezes para convencer a população de que as Olimpíadas não afetariam os cofres públicos. Isso porque nesses balancetes foram excluídos os bilhões de reais em isenções fiscais e outros gastos não contabilizados.

De fato, megaempresas como a Coca-Cola, o MacDonald’s, a Rede Globo, o Bradesco e a Latam foram 100% isentadas de pagar qualquer tributação durante os Jogos (Imposto de Renda, IPI, IOF, Previdência, etc.). Essa bondade, concebida pela Lei 12.780/2013, custará ao país, segundo a própria Receita Federal, a fortuna de R$ 3,83 bilhões, o equivalente a quatro vezes o orçamento do Ministério da Cultura, por exemplo.

Também não foram contabilizados mais de R$ 400 milhões gastos com arquibancadas temporárias, móveis para a Vila Olímpica, as obras de saneamento da Marina da Glória e indenizações pagas às milhares de pessoas removidas para dar passagem às obras do chamado “legado olímpico”.

Por fim, foram omitidas dos custos olímpicos as duas maiores Parcerias Público-Privadas (PPP) do Brasil: o projeto Porto Maravilha e a construção do Parque Olímpico. Como o investimento em PPP não é contabilizado como despesa pública, a PPP é uma forma de transferir gigantescas quantias de recursos públicos para grupos privados ligados principalmente à construção civil.

Logo, é o Estado brasileiro – e não a iniciativa privada – o verdadeiro promotor dos Jogos Olímpicos.

Em tempos de ajuste fiscal e arrocho nas contas públicas, é de se perguntar por que nenhum grande jornal ou emissora de TV se escandalizou com essa pedalada contábil bilionária. É justo gastar tanto com os Jogos enquanto a saúde e a educação padecem sucateadas? Quem pagará essa conta?

Redação Rio

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