UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sábado, 14 de dezembro de 2024

Fascistas mataram milhões em todo o mundo

Outros Artigos

mussolineQuando surgiu, na Itália, a primeira organização fascista tinha o nome de Associação Nacionalista para depois se tornar o Partido Nacional Fascista. O termo é latino e vem da palavra ‘fasces’, um feixe de varas amarradas em volta de um machado que foi símbolo do poder conferido aos magistrados na República Romana de flagelar e decapitar cidadãos desobedientes. O movimento se espalhou pela Europa devido à total insegurança vivida pelos cidadãos após o fim da Primeira Guerra Mundial. Encontrou na Itália e na Alemanha arrasadas econômica e politicamente um ambiente bastante propício para o crescimento dessas ideais.

Naturalmente que nenhum dos movimentos fascistas foram iguais, variando de país para país, mas suas concepções e práticas foram muito similares, e aproveitaram, em geral, uma profunda crise econômica, o descrédito nas instituições políticas e a grande insegurança da população.

Emilio Gentile, historiador italiano, descreve o fascismo em dez elementos constitutivos: 1) militarismo, com aparato policial que impede dissidência e usa o terror; 2) líder carismático, político com total poder dentro de uma estrutura hierárquica, que comanda e coordena atividades do partido e do regime; 3) ética civil própria, fundada nos preceitos da dedicação, disciplina, virilidade e espírito guerreiro; 4) ideologia ‘anti-ideológica’, proclamada antimaterialista, antimarxista, antiliberal, antidemocrática, mas populista e pragmática se expressando por uma ‘nova forma de política’ como uma religião leiga com ritos e símbolos para socializar e aculturar; 5) totalitarismo, discriminação e perseguição de uma comunidade étnica e/ou moral, considerada inferior e fora da comunidade, sendo perigosa para a integração da nação; 6) movimento de massas, uma adesão ampla e multiclasse, particularmente em setores médios, organizado por uma milícia partidária com a missão de ‘regeneração nacional’ e em estado de guerra com os adversários, para conquistar o monopólio do poder político por meio do terror, utilizando meios parlamentares e acordos, para destruir qualquer democracia parlamentar; 7) misticismo, cultura fundada no pensamento ‘transcendental’ de qualquer natureza (pode ser religiosa), concebida para a vontade do poder e exaltando o mito da juventude como artífice da história; 8) Supressão da liberdade sindical, utilizando o Estado para alianças entre setores produtivos numa colaboração com o regime, preservando a propriedade privada e as divisões de classe; 9) Política externa expansionista, baseada na exaltação e grandeza com objetivos imperialistas; 10) Partido único, selecionador dos quadros de direção para provimento de defesa armada com mobilização permanente de emoção e fé.

Revela-se, assim, que o que ocorre no Brasil é, de fato, um crescimento de movimentos fascistas e a militarização da política. Não é novidade que, quando uma sociedade está em franca decadência, desenvolvam-se em seu seio essa concepção. Lembrando que ela foi a responsável pelo Holocausto, liderado pelos nazistas na Alemanha, que ceifou a vida de seis milhões de seres humanos; também perseguiu e assassinou milhares de lutadores sociais, socialistas e comunistas, em vários países; provocou a Segunda Guerra Mundial, o maior morticínio da história com mais de 50 milhões de vidas perdidas.

Enfim, o que se vê agora é a tentativa de reedição dos integralistas (movimento fascista após o golpe de Getúlio Vargas). No entanto, tal e qual aquela época, os trabalhadores brasileiros, progressistas e revolucionários, souberam enfrentar nas ruas essa ameaça.

Serley Leal, Fortaleza

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes