O plano de negócios da Petrobras batizado de “Programa de Parcerias e Desinvestimentos”, anunciado pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB), irá reduzir em 25% os investimentos da companhia e colocará à venda ativos que, juntos, ultrapassam o valor de US$ 19,5 bilhões.
No último dia 03 de novembro, a empresa anunciou que estão avançadas as negociações com a mexicana Alpek para a venda de sua participação na Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) e na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe). No final de outubro, o diretor da Petrobras Nelson Silva já havia afirmado que as vendas da Liquigás para a Ultrapar e da Guarani para a Tereos podem acontecer ainda neste ano.
Na mira da privatização estão os negócios da empresa nos setores de produção de biocombustíveis, gás de cozinha, fertilizantes e petroquímica. O governo também pretende vender sua participação em refinarias, operações logísticas e de transporte, além dos campos de petróleo na Bacia de Campos e do pré-sal.
Este plano de negócios desmantela a Petrobras enquanto empresa integrada de energia e representa um passo decisivo rumo à privatização completa da estatal. “Estamos diante da liquidação do maior patrimônio nacional. O desmonte da Petrobras será o desmonte do país. Os petroleiros têm travado imensas batalhas para impedir que esse crime se consolide. Essa, no entanto, é uma luta que não venceremos sozinhos. Ou a sociedade se levanta contra a entrega da Petrobras e do pré-sal ou o Brasil perderá de vez o seu futuro”, afirmou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) em nota.
Caso seja posta em prática, a proposta colocará em risco a segurança e a soberania nacional, uma vez que o controle sobre a produção e distribuição de combustíveis e energia do país ficará exclusivamente nas mãos das multinacionais.
Privatização aumentará custos
Um dos argumentos utilizados pelos atuais diretores da Petrobras para justificar a venda desse patrimônio é que isso trará competição ao mercado e reduzirá os preços aos consumidores. Mentira.
Hoje a Petrobras tem 13 refinarias, com capacidade para processar 2,1 milhões de barris de petróleo por dia. Com a privatização, a política de preços dos combustíveis, que hoje é de responsabilidade do governo, passará a ser controlada unicamente pelo mercado. Ou seja, a sociedade perderá qualquer possibilidade de influenciar na definição do preço dos combustíveis, que aumentarão.
Além das refinarias, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou que, em breve, concluirá a venda da BR Distribuidora. A ideia é transferir 51% do capital da empresa à iniciativa privada.
Ainda em setembro, a Nova Transportadora do Sudeste (NTS), subsidiária responsável pelo escoamento de 70% do gás natural do país, foi vendida por apenas US$ 5,2 bilhões para um grupo de investidores estrangeiros, que passará a ter 90% do controle da maior e mais lucrativa malha de gasodutos do país e monopolizará o transporte do gás natural no Sudeste brasileiro.
Fica claro, portanto, que o governo golpista de Temer é um governo dos banqueiros e que não está perdendo tempo em entregar o que restou do patrimônio público brasileiro às multinacionais.
Da Redação