Na noite do último dia 05 de janeiro, cerca de 1.500 pessoas foram às ruas de Campinas, interior de São Paulo, em defesa dos direitos das mulheres e em combate ao machismo e à misoginia. A manifestação, organizada por mais de 40 coletivos, foi motivada pela chacina ocorrida na cidade na noite da virada do ano, quando Sidnei Ramis de Araújo, 46 anos, matou a ex-esposa, Isamara Filier, de 41 anos, o próprio filho, João Victor, de 8 anos, e mais dez pessoas da mesma família – entre elas, oito mulheres.
O ato marchou pelas ruas do centro de cidade entoando palavras de ordem como “Quem ama / Não mata / Não humilha / Não maltrata” e “Vivas nos queremos”, chamando a atenção de quem transitava na região. Através de cartazes e intervenções, as manifestantes demonstraram solidariedade à família de Isamara e também lembraram dados sobre o feminicídio no país, denunciando que, entre 83 países, o Brasil ocupa a 5ª posição no ranking de homicídio de mulheres.
Ao fim da manifestação, nomes de dezenas de mulheres que foram assassinadas apenas nos primeiros cinco dias do 2017 em todo o país, vítimas de feminicídio, foram lembrados em uma homenagem emocionante.
As mulheres de Campinas deram um importante recado à cidade, lugar da chacina e de onde saiu até uma “moção de repúdio” da Câmara de Vereadores a uma questão do Enem por trazer um trecho da filósofa e escritora francesa Simone de Beauvoir: frente ao machismo e à misoginia, não nos calaremos!
Carolina Matos, Campinas
mas tem alguma ideologia argumentada pela parte feminista para mudar esse modo machista que existe ou apenas estão tentando ganhar aspaço no grito mesmo?