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sexta-feira, 19 de abril de 2024

Morre Dom Marcelo Carvalheira, defensor dos pobres e das causas sociais

Dom Marcelo e Dom Helder

Faleceu, no último dia 25 de março, Dom Marcelo Carvalheira (88 anos), arcebispo emérito da Paraíba. A causa da morte não foi informada, mas o religioso estava com a saúde debilitada devido à idade avançada. Antes de chegar a João Pessoa-PB, o corpo de Dom Marcelo foi velado na Catedral da Sé, em Olinda-PE, onde passou os últimos dez anos de vida, e, em seguida, na Catedral de Nossa Senhora da Luz, em Guarabira-PB, onde foi o bispo fundador da Diocese local. A fase final do velório e o sepultamento foram realizados na Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, na capital paraibana.

Dom Marcelo Pinto Carvalheira nasceu no dia 1º de maio de 1928 no Recife. Arquidiocesano de Olinda, foi estudar Filosofia e a Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, em 1946, e lá ordenado padre em 1953.

No dia 29 de outubro de 1975, o jovem padre Marcelo Pinto Carvalheira foi nomeado pelo Papa Paulo VI como Bispo Auxiliar da Arquidiocese da Paraíba, ficando sob sua responsabilidade a organização de uma nova Diocese no Brejo paraibano. Ele foi ordenado bispo no dia 27 de dezembro de 1975 pelas mãos de Dom Helder Câmara, Dom Aloísio Lorscheider e Dom José Maria Pires.

Dom Marcelo foi um dos mais importantes colaboradores de Dom Hélder Câmara. Durante a Ditadura Militar no Brasil, defendeu militantes políticos e líderes católicos perseguidos, sendo, inclusive, ele também preso.

Dom Marcelo foi nomeado Arcebispo Metropolitano da Paraíba após renúncia de Dom José Maria Pires, outro expoente do setor progressista da Igreja Católica no Nordeste. Entre 1998 e 2004, Dom Marcelo Carvalheira foi vice-presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Ao atingir a idade limite para o governo diocesano, Dom Marcelo solicitou sua renúncia e deixou a Arquidiocese da Paraíba no dia 5 de maio de 2004.

Sobre Dom Marcelo, assim se exprimiu o ex-preso político Edival Nunes Cajá, em mensagem enviada em nome do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco: “Partiu mais um amigo da causa dos explorados e oprimidos, um dos construtores da Teologia da Libertação. Ele foi preso político, sem dar nenhuma informação, no DOI-Codi, ainda como padre e colaborador de Dom Helder Câmara. Nestes últimos dias, participamos de uma grande homenagem de despedida na Catedral da Sé, em Olinda, com muitos amigos e admiradores, assim como do último momento na Paraíba, onde atuou decididamente em defesa dos mais pobres, dos camponeses das causas sociais”.

Rafael Freire, Paraíba

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