No último dia 30 de março, o TRE-PA cassou o mandato do governador do estado do Pará, Simão Jatene (PSDB), e do vice, Zequinha Marinho (PSC). Foram 4 votos a 2 numa sessão que examinou os abusos de poder econômico do atual dirigente do estado mais populoso da região norte.
O Ministério Público interpôs acusação junto ao tribunal eleitoral baseada em diversas denúncias de compra de votos nas eleições de 2014, na qual foram utilizados programas habitacionais, como “Cheque Moradia”, para obtenção de apoio político.
O programa existe desde 2004 no Pará, e, para se ter acesso, é necessário cadastro antecipado na Secretaria de Assistência Social do Estado, enrega de documentos e visita de técnico e assistente social ao domicílio da família requerente.
Na denúncia, é colocado que todos esses trâmites foram suspensos para garantia de apoio na votação para governador que ocorria naquele ano, na qual Jatene perdeu no primeiro turno, porém conseguiu reverter o resultado no segundo, sendo eleito governador do Pará.
A prática de compra de votos não é novidade no estado do Pará. Zenaldo Coutinho (PSDB), prefeito de Belém, foi cassado, ainda durante a campanha contra Edmilson Rodrigues (PSOL), por usar recursos da Secretaria Municipal de Saúde para financiamento de cabos eleitorais. Contudo conseguiu reverter a decisão e ser empossado prefeito.
O abandono da região é visível, não só na região metropolitana, como em todo estado. A insegurança, fechamento de escolas, desemprego e conflitos fundiários são constantes, e a compra de votos tem sido a ferramenta usada por grupos políticos, que, há mais de vinte anos, controlam o governo paraense, para se perpetuarem no poder.
Redação Pará