UM JORNAL DOS TRABALHADORES NA LUTA PELO SOCIALISMO

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Movimento Luta de Classes participa do 23° Congresso da Fasubra

Outros Artigos

Nos dias 06 a 11 de maio, trabalhadores das instituições de ensino de todo país participaram do 23° Congresso da Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), realizado em Poços de Caldas, Minas Gerais.

A atuação das companheiras e companheiros do Movimento Luta de Classes, de forma organizada, na representação sindical nacional dos técnico-administrativos em Educação (Tae) é relativamente recente. No 21° Congresso da Fasubra, federação que reúne os sindicatos dos técnicos das Universidades, três companheiros se identificavam como MLC. No Congresso seguinte, foram cinco companheiros.

No 23° Confasubra é possível perceber um crescimento não só quantitativo, com uma delegação de 14 companheiros de três regiões do país, mas, o que é fundamental, uma maior qualidade na intervenção organizada dos companheiros e companheiras do MLC. Pela terceira vez, o Movimento Luta de Classes apresenta uma tese própria ao Congresso, defendida em plenário, na noite da abertura, dia 6 de maio, pelos companheiros Esteban Crescente (UFRJ) e Lenilda Luna ( Ufal).

Durante o congresso, os mais de mil trabalhadores debateram a conjuntura nacional e internacional, destacando os retrocessos impostos pelas alianças do governo ilegítimo de Temer com o imperialismo na retirada dos direitos sociais e avanço do conservadorismo com o estabelecimento da intervenção militar no Rio de Janeiro. Numa disputadíssima inscrição para a análise de conjuntura os delegados do MLC apresentaram os crachás, dois companheiros foram sorteados para a intervenção: Yghor Barros (UFRJ) e Priscilla Santos (UFABC). Os discursos destacaram o posicionamento em defesa de um sindicalismo que vá além das questões corporativas da categoria, e que organize os trabalhadores e trabalhadoras na luta contra o fascismo e pela unidade popular para o enfrentamento à opressão capitalista.

No segundo dia, a categoria debateu temas centrais como Universidade, direitos sociais, democracia e hospitais universitários. Foi denunciado o desmonte da universidade pública e o sucateamento dos hospitais universitários que se acirra com a PEC 55, que congela por 20 anos investimentos na área da saúde e educação. Também se discutiu a falta de fiscalização das Ebserh – empresa que gerencia os hospitais universitários – em uma tentativa evidente de privatização dos serviços públicos e comprovadas fraudes e desvios dos recursos destinados pelo poder público.

A mesa de opressões trouxe a atualização do golpe e a importância de reafirmar a luta contra o conservadorismo e o avanço do fascismo. A luta das mulheres, o combate a homofobia e ao racismo tocaram a necessidade da federação em se comprometer com estas pautas e fortalecer as lutas contra as opressões em toda sociedade. As falas afirmaram o repúdio à violência no Rio de Janeiro, destacando a execução da vereadora Marielle e de Anderson e a morosidade nas investigações do crime político. Em proximidade da data dos 130 anos da abolição da escravatura, destacaram a condição do povo negro e a luta pela garantia dos direitos historicamente usurpados.

Ao final da plenária, a companheira Lenilda (Ufal) fez uma intervenção relembrando a luta de combatentes como Helenira Preta, mulher, negra, comunista, assassinada durante a ditadura e destacou a importância de se garantir as políticas afirmativas, impedindo maiores retrocessos contra o povo negro.

As companheiras e companheiros participaram em mesas importantes com temas sobre A Revolução Russa, a revolta de Córdoba, enfrentamento ao racismo, hospitais universitários e organização das mulheres. Outros temas mais específicos da categoria também foram debatidos como a luta contra EBSERH, 30 horas, campanha salarial, carreira, dentre outros.

A organização dos grupos temáticos produziu intenso debate. Foram colocados 13 temas para discussão em todos os grupos e destes saíram as resoluções para o plano de lutas. O MLC participou ativamente dos GT’s e colocou as pautas destacadas em sua tese que foram levadas para plenária final, com destaque para: campanha de valorização da universidade pública, gratuita e socialmente referenciada; data base; revogação da PEC 95; contra a Reforma da Previdência e revogação das Reformas Trabalhista; reforma tributária; a denúncia do ataque dos órgãos de controle à autonomia universitária; aperfeiçoamento na carreira e valorização da formação. Também foram aprovados dias de mobilização e lutas em Brasília e a necessidade de uma agenda de luta com os demais setores do funcionalismo público.

Um ponto alto e de grande debate pela categoria foi com relação a necessidade da Fasubra se posicionar contra o Golpe, processo de impeachment de Dilma, reconhecendo a ilegitimidade do governo Temer e a importância de buscar unidade dos trabalhadores e das centrais sindicais na construção de uma frente de lutas.

Com ampla maioria foi aprovada a posição política da Fasubra contra o golpe e de crítica à prisão política de Lula. Apenas um pequeno grupo, formado pelas teses Frente Base (PSTU), Manifeste-se (CST/Psol) e PSLivre (Independentes) colocaram-se contrários.

O MLC compreende que o golpe escancara a farsa da democracia burguesa e seus desdobramentos mostram que a burguesia e seus partidos têm, dia após dia, retirado todos os direitos e conquistas sociais. A estratégia é privatizar todas as nossas riquezas naturais, especialmente o pré-sal, congelar os salários, desmontar o serviço público e estabelecer uma política de Estado mínimo, a submissão ao imperialismo estadunidense e impor uma brutal repressão para impedir a resistência popular. Esta foi a posição que defendemos!

Não devemos e não podemos ficar apenas na defensiva, reféns de um governo que tem compromisso apenas com a agenda do mercado financeiro. É necessário denunciar a conciliação de classes e enfrentar o poder político da burguesia. Tampouco devemos confiar no discurso aparentemente radical, mas vazio de aplicação prática e distante do povo, isolado dos trabalhadores.

O congresso também aprovou a mudança do mandado de 2 para 3 anos da diretoria da Fasubra. A justificativa se deu pela experiência dos últimos 20 anos, em que todas gestões prolongaram o período de seus mandatos para além dos 2 anos, como a atual gestão que ficará pouco mais de 3 anos. Com esta aprovação outra proposta seria colocada em pauta, a possível separação de um Congresso de formação política e construção do plano de lutas e outro de debate e eleição da diretoria.

Entretanto, pelo avanço das horas e pelos desdobramentos da falta de organização e sistematização dos GT’s, às 4h15 da madrugada de sexta, na plenária final, com o plenário esvaziado e de forma negligente, colocou-se em votação o adiamento das resoluções referentes à organização estatutária para o próximo congresso, sendo aprovado pelo número de 10% dos delegados e delegadas presentes no congresso. Também se deliberou pelo adiamento das resoluções referentes à carreira para primeira plenária nacional a seguir do congresso.

Na sexta, último dia do congresso, ocorreu a eleição para a direção da Fasubra (2018 – 2020). Foram inscritas cinco chapas: chapa 1 – Frente BASE ( PSTU) , (CST-Psol) e Pslivre; chapa 2 – CTB; chapa 3 – Movimento Sonhar lutar (Resistência, MES, Fortalecer, Insurgência – Psol) e Unidade Classista (PCB); chapa 4 –Ressignificar (CUT/ PT) e chapa 5 – UNIR (CUT/ PT/ MLC). Com 369 votos a chapa 3, Sonhar Lutar, conquistou 9 coordenações, a chapa 5, Unir, conquistou 8, a chapa 1 e a chapa 2 conquistaram 4 e a chapa 4 terá 2 coordenações.

Saímos do congresso com o Movimento Luta de Classe fortalecido, ampliamos os contatos, mostramos nossas ideias no plenário geral e nos grupos, aprovamos as resoluções da nossa tese e garantimos uma vaga na suplência da direção, com revezamento na titularidade, que será ocupada pelo companheiro Yghor Barros (UFRJ). Mas, além de consolidar a atuação do MLC na Fasubra, os companheiros não se descuidaram de tarefas importantes e urgentes para esse período, como a coleta de assinaturas para a legalização da Unidade Popular e a brigada do jornal A Verdade. Avançamos na tarefa de construir uma proposta socialista em todos os campos de atuação da militância.

A história de todas as sociedades é a história da luta de classes! – Karl Marx (Manifesto Comunista – 1848

Delegação Movimento Luta de Classes (MLC) do XXIII CONFASUBRA 2018

Conheça os livros das edições Manoel Lisboa

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Matérias recentes