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sábado, 20 de abril de 2024

Terceirizados lutam contra perseguições e demissões na UFAL

Comunidade acadêmica se mobiliza em solidariedade aos trabalhadores e em repúdio ao diretor do Campus Sertão

Os trabalhadores terceirizados da empresa BRA, que prestam serviços de limpeza e manutenção na UFAL Campus Sertão, estão sendo vítimas de perseguição, assédio moral e demissões por parte do diretor da unidade Agnaldo Ferreira.

Em carta, destinada ao Conselho Superior da UFAL, os terceirizados denunciaram sete demissões sem justa causa, reuniões com claras ameaças aos empregos, trabalhos insalubres e pressão psicológica, a ponto de duas trabalhadoras precisarem ser levadas ao pronto socorro.

“Desde de dezembro de 2017, quando foi assinado o novo contrato com a firma BRA, o gestor do campus e o administrador, Davi Cunha, instauraram um clima de instabilidade e insegurança entre os funcionários/as, desenvolvendo entre eles medo e problemas de saúde”.

A conselheira universitária Lenilda Luna, integrante do Movimento Luta de Classes (MLC), foi porta-voz dos terceirizados na sessão realizada na segunda-feira, 20 de agosto. A representante dos TAEs no Consuni leu o documento e pediu intervenção da gestão da UFAL.

“Diante disso, é necessária e urgente uma intervenção da Reitoria da UFAL para acabar com essas graves violações, garantindo um ambiente de trabalho saudável, estável e com dignidade. Pedimos, que o Conselho Superior, não seja indiferente, afaste o denunciado da gestão do contrato com a empresa BRA, forme comissão para apuração das denúncias, impeça novas demissões e reverta as demissões injustas”, afirma a carta assinada por sete perseguidos na UFAL .

Denúncia sobre os terceirizados é realizada no consuni (assistir a partir de 4:03:22)

O Conselheiro Universitário e professor do Campus Sertão, Aruã Lima, também reforçou a denúncia através com a leitura de uma Carta Pública assinada por 12 docentes da unidade.

“Colocarmos em solidariedade aos trabalhadores terceirizados que hora ocupam as funções relacionadas aos serviços gerais no Campus Sertão, objetivando a publicização de uma crise instaurada há meses entre esses trabalhadores. (…) O fato concreto é que alguns trabalhadores têm dado sinais evidentes de sofrimento mental, o que não coadunam com o ambiente universitário que desejamos”, afirmou a carta que solicita a suspensão da fiscalização e gestão do contrato por parte do gestor local.

Para o ouvidor da UFAL, as cartas lidas no conselho dão força e materialidade às denúncias já recebidas anteriormente de forma anônima. “Recebemos uma denúncia anônima de 10 demissões no universo de 27 trabalhadores. É um número estarrecedor e preocupante, principalmente numa cidade do interior onde o número de trabalho é reduzido. Notificamos a gestão e vamos notificar a empresa. Peço que encaminhem as cartas para darmos prosseguimento às apurações”, afirmou professor Afonso Espíndola, ouvidor geral da UFAL.

Apesar de não ter ocorrido deliberações, o caso foi apreciado pelos conselheiros e a Reitora da UFAL, Valéria Correia, acolheu as denúncias e se colocou favorável a apuração do caso.

Mobilização

Em solidariedade aos terceirizados, os estudantes do Campus Sertão da UFAL, em Delmiro Gouveia, fizeram um ato na manhã dessa quinta-feira, 23 de agosto, para denunciar casos de assédio moral praticados pela direção da unidade e exigir a imediata readmissão dos demitidos.

Com cartazes espalhados por todo o Campus e concentrados hall de entrada, os discentes manifestaram indignação com as atitudes do Diretor, que põe em risco dezenas de postos de trabalho. “A direção do câmpus está perseguindo trabalhadores que dão o melhor de si para que tenhamos uma instituição limpa e em condições para o nosso estudo. É um absurdo o que está acontecendo e a comunidade acadêmica não pode ficar indiferente. Temos que lutar até que esses abusos acabem e que os demitidos possam reassumir seus postos de trabalho”, afirmou a estudante de história e sindicalista, Luzane Karla, militante da Unidade Popular.

 

Redação Alagoas

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