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sexta-feira, 26 de abril de 2024

Governo Bolsonaro desrespeita eleição e nomeia segundo colocado para a direção do Instituto Nacional de Educação de Surdos

Democracia universitária também corre risco

Bolsonaro e Ricardo Velez não respeitam a opinião da comunidade acadêmica

O Ministro da Educação do Governo Bolsonaro, Ricardo Vélez Rodríguez, através da portaria n° 106, de 16 de janeiro de 2019, nomeou o segundo colocado na eleição para o cargo de Diretor-Geral do Instituto Nacional de Educação de Surdos.

O professor Paulo André Bulhões teve 30,79% dos votos ficando atrás de Solange Rocha, que teve 40,53% da preferência dos quase mil eleitores, entre professores, técnicos e estudantes que participaram da eleição interna, realizada em novembro de 2018. Confira aqui o mapa de apuração.

O desrespeito à autonomia da Instituição e à democracia foi repudiado pela Associação dos Servidores do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Assines), que tratou a nomeação como um ato de autoritarismo.

“Nós, ASSINES, repudiamos a nomeação feita pelo Ministro da Educação Ricardo Vélez Rodríguez na portaria n° 106, de 16 de Janeiro de 2019, para o cargo de Diretor-Geral do INES, que escolhe a Chapa 4. Enfatizamos que esta medida fere os princípios democráticos que vinham norteando o nosso Instituto até a presente data. Continuaremos na luta contra o autoritarismo!”, afirma a nota da entidade.

Universidades temem desrespeito à democracia

A nomeação de um dirigente não eleito para o Instituto Nacional de Educação de Surdos já demonstrou que o governo Bolsonaro não tem compromisso com a democracia e nem respeita a opinião da comunidade acadêmica.

Outras instituições educacionais, ligadas ao Ministério da Educação, temem que haja o mesmo desrespeito. Só em 2019, 11 Reitores de Universidade Federais devem ser nomeados pelo novo presidente.

Bolsonaro, desde sua campanha eleitoral, tem se manifestado publicamente defendendo uma caçada ao pensamento de esquerda na educação e, para isso, quer romper uma tradição democrática de mais de 15 anos em que o candidato mais votado numa eleição de uma Universidade Federal é nomeado Reitor.

“É próprio de um fascista querer acabar com a pluralidade de ideias na sociedade e impor o seu pensamento como único, perseguindo minorias e exterminando opositores. Se Bolsonaro pensa que vai fazer isso sem resistência está muito enganado. O povo vai reagir diante de seu autoritarismo”, afirmou Lenilda Luna, servidora da Universidade Federal de Alagoas e dirigente da Unidade Popular pelo Socialismo.

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro, cuja eleição ocorreu em agosto de 2018, é a primeira que aguarda a nomeação de seu Reitor. Entretanto, o nome do professor Fábio Fonseca, vencedor do pleito, não consta na minuta de decreto elaborada pelo MEC e encaminhada para a Advocacia-Geral da União). O segundo colocado é quem aparece no documento.

Além da UFTM, o mandado dos atuais Reitores também encerra nas seguintes Universidades: Universidade Federal do Rio de Janeiro, Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal Grande Dourados (UFGD), Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) e Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio).

 

Ésio Melo – Redação Alagoas

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