No último dia 31 de janeiro, ocorreu um ato pelo passe-livre irrestrito e contra o aumento das passagens de ônibus em Goiânia. Organizado pelo DCE-UFG, o ato mobilizou estudantes secundaristas e universitários e contou com a participação massiva de militantes do Movimento Correnteza, Unidade Popular e UJR.
O ato saiu da Praça Universitária, conhecida por ser palco da atuação da juventude goianiense, em direção às ruas do Centro de Goiânia, onde se concentram boa parte dos trabalhadores e onde se localizam as instituições que, direta ou indiretamente, lidam com a questão do transporte público.
Os estudantes entoavam palavras de ordem e canções, denunciando e informando à população a medida antipovo e absurda que é o aumento da passagem do transporte coletivo, previsto para este mês de fevereiro, que custará entre R$ 4,20 e R$ 4,30. Além disso, recentemente o governador do Estado de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), anunciou que irá realizar um “pente fino” e modificar os requisitos para que os estudantes sejam usuários do Programa Passe Livre Estudantil (PLE).
Segundo a secretária de Governo de Goiás, em relação ao PLE, farão cumprir os requisitos previstos no Programa, criado a partir da lei 17.685/2012 e modificado pelo decreto 7.911/2013, como: ser beneficiário direto ou indireto de programa social governamental de erradicação de pobreza ou bolsa universitária; não ter reprovação por nota ou frequência em mais de uma disciplina por semestre ou ano letivo; ser economicamente carente, entre outros.
Além da mobilização popular, o ato tinha como objetivo entregar uma nota construída pelo DCE, junto com Centros/Diretórios Acadêmicos e escolas de Ensino Médio, demonstrando nossa insatisfação com as medidas anunciadas. A nota foi protocolada na recepção do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, Centro Administrativo do Estado.
Para o DCE-UFG, este ato foi importante para demarcar o posicionamento do movimento estudantil e também representar a classe trabalhadora, que certamente será atingida por esse corte do PLE e aumento da passagem de ônibus. Ressalta ainda que esta luta é coletiva e necessária, se quisermos avançar na defesa e ampliação dos nossos direitos, por isso, mais ações devem ser realizadas e cada vez mais pessoas devem ser mobilizadas para compor a luta.
O transporte coletivo é a principal ferramenta da mobilidade urbana e de garantia do direito de ir e vir de cada estudante e dos trabalhadores. Na região metropolitana de Goiânia, a máfia do transporte coletivo, comandada por empresários e pelo serviço privado, não garante conforto, segurança, qualidade e atendimento nas regiões periféricas da cidade. Além disso, os servidores públicos estaduais de Goiás estão com seus salários atrasados pelo atual Governo.
Para cada passo que eles retrocederem, nós avançaremos o dobro e não vamos recuar da luta por um transporte público de qualidade, acessível e pelo direito de ir e vir dos estudantes.
Letícia Scalabrini
Coordenadora-geral do DCE-UFG e militante do Movimento Correnteza