Assembleia dos metroviários é marcada por vitórias

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Na noite de segunda (29/04), ocorreu uma importante assembleia dos metroviários paulistas, que determinou os próximos passos das lutas da sua campanha salarial.
Assembleia no Sindicato dos Metroviários – Jornal A Verdade

SÃO PAULO – Nesta noite de segunda (29), foi realizada, no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, uma poderosa assembleia geral de toda a categoria. Após as negociações entre o Sindicato e o Metrô, a campanha salarial incansável de lutas com coletes vermelhos e adesivos denunciando as privatizações fez a empresa recuar, e os metroviários conquistaram uma importante vitória política.

Entre as vitórias mais importantes, destaca-se o combate ao assédio moral e as advertências verbais e escritas. O Metrô vinha fazendo uma série de ataques através de advertências e ameaças aos trabalhadores que utilizavam, como método de luta, um colete vermelho. No colete se destacam frases como “Privatização Mata!” e “Contra a Terceirização!”. Sem vacilar, os metroviários foram capazes de se manter firmes, mantiveram-se com os colete, e isso surtiu grande e estimulante efeito: após a audiência de conciliação, a Justiça do Trabalho determinou o fim de qualquer tipo de punição aos metroviários que utilizaram tais métodos de luta. Caso se mantenham as punições e advertências escritas, o Metrô terá de pagar multa diária de R$20 mil para o funcionário punido. Essa vitória estimulou todos os trabalhadores, levantaram-se as palavras de ordem em defesa da utilização dos coletes vermelhos, e tal medida teve grande influência na decisão do setor de segurança da categoria em começar a utilizar a vestimenta de luta. Agora os companheiros da manutenção, administração, estação e tráfego terão ainda mais força, pois a segurança é um setor amplamente poderoso para alavancar a luta ainda mais para frente.

Ainda não há conciliação em sérias questões, como por exemplo o plano de saúde da categoria que está amplamente ameaçado, mesmo que a procuradora do TRT já tenha deixado claro que as razões do metrô carecem de sentido, pois é uma empresa que vive em estado de superávit.

As negociações continuam, e por continuar, a categoria decidiu pelo adiamento da greve para o dia 7 de março. No entanto, ainda aprovou um plano de lutas, como cafés com os usuários, que estão rendendo assinaturas contra a reforma da previdência. Ponto importante da assembléia foi especialmente para o Dia Internacional dos Trabalhadores, o 1º de maio, pois aprovaram a manifestação na Praça da Sé, às 10h00, que caminhará até o Vale do Anhangabaú, compondo um bloco de coletes vermelhos no ato. Dessa forma, todos continuarão com os coletes e adesivos, denunciando todas as investidas do governo do estado para privatizar o serviço público do Metrô.

Coletes vermelhos contra as Privatizações durante a Assembleia – Jornal A Verdade.

Repúdio e vaias vieram da categoria para o presidente do Metrô, que acionou a Polícia Militar de São Paulo para atacar e intimidar os metroviários em plena campanha salarial, e que estão apenas lutando por seus direitos de trabalhadores. Repúdio também ao ataque às liberdades de expressão contra a coordenadora de comunicação do Sindicato, Elaine Damásio e Francisco Duarte Reis.

O Jornal A Verdade, junto com o Movimento Luta de Classes, continuará apoiando e participando ativamente de toda manifestação e luta dos metroviários de São Paulo, que demonstram com um heroísmo único a capacidade de luta de todos os trabalhadores contra as investidas do Metrô e do Governo do estado.

Thales Caramante – Jornal A Verdade