Em setembro de 2010, os estudantes secundaristas do Equador demostraram repúdio ao projeto do Bacharelado Geral Unificado e decidiram ir às ruas defender uma educação pública de qualidade. Nessa manifestação esteve presente o jovem Edison Cosios, 17 anos, atingido na cabeça por uma bomba de gás lacrimogêneo, deixando-o em estado vegetativo. No último dia 16 de abril, Edison faleceu. Em um depoimento emocionante, o presidente da JRE, Enver Aguirre, falou do jovem com quem militou:
“Eu o conheci quando ele estava na 9ª série. Na JRE, havíamos concordado em assumir a liderança do núcleo no Mejia. Andrés Quishpe organizou um grupo de jovens que faziam parte da Frente Revolucionária de Izquierda del Mejía, FRIM-J.
Entre eles, estava Edison Cosios. Ele foi um dos mais entusiastas, distinguindo-se por sua vontade de aprender e por sua responsabilidade de cumprir as tarefas revolucionárias que definíamos. Seu olhar sempre teve um brilho diferente, o que emerge daqueles homens e mulheres que sonham e se comprometem ferreamente a lutar contra as injustiças, mesmo à custa de seu sacrifício.
Nas conversas que tivemos, me perguntou sobre a JRE e como fazer parte da organização. Seu irmão tinha sido militante em Sucre e tinha um lenço em sua casa, que Edison olhava admirado, porque era o símbolo que milhares de jovens tinha coberto seus rostos na luta de rua contra governos impopulares. Edison foi membro do JRE e contribuiu para as tarefas organizacionais do 10º Congresso Nacional, realizado em Guayaquil. Sua morte é de responsabilidade do tenente Salazar, que atirou a bomba. E a justiça deve ser feita.”
Anatália Silva, militante do PCR no Piauí