CARACAS – Na manhã de terça (30), Juan Guaidó lançou em seu Twitter um vídeo de três minutos ao lado de um minúsculo contingente militar de aproximadamente 50 soldados nas proximidades de uma das principais bases militares do país, La Carlota, junto ao fascista Leopoldo Lopez. No vídeo, Guaidó declarava que as forças militares nacionais haviam tomado uma “acertada” posição em defesa da “abertura democrática” do país. E que estava lançada a fase final da “Operação Liberdade”; ao final do vídeo, Guaidó pediu para o governo Maduro para “se retirar”, tentando, de alguma forma, intimidar as forças democráticas do país.
Guaidó, além de querer demonstrar poder, tentou convencer as demais forças militares com palavras de ordens vazias, criar uma falsa imagem de apoio popular à sua causa fracassada e entreguista. Porém, o desenrolar dos acontecimentos mostram que essa tática, assim como a tentativa de impor “ajuda humanitária” na Venezuela fracassaram e seus focos de resistência popular vão pouco a pouco sendo liquidadas pelas forças progressistas do país.
A RESPOSTA DO GOVERNO
O Presidente Nicolás Maduro declarou em seu Twitter, algumas horas após o vídeo de Guaidó, que se reuniu com uma série de comandantes militares, e que as essas forças militares declararam apoio incondicional à república venezuelana. Convocou todo o povo a lutar e defender os interesses da pátria na frente do Palácio de Miraflores. O que o povo ouviu e atendeu resolutamente.
O Ministro da Defesa Vladimir Padrino anunciou em seu Twitter que está ao lado das forças do governo. Chamou os golpistas de “traidores covardes e grotescos”. Disse que irá continuar defendendo a constituição e que as forças militares sempre servirão para defender a ordem constitucional, ou seja, anula completamente qualquer ação que Guaidó chama de ato baseado na “Constituição Popular” paralela. Redobrou a vigilância militar e que nos quartéis reina a tranquilidade, que os militares ao lado de Guaidó não passará de um fenômeno puramente local e acidental, pois, como disseram os próprios soldados dissidentes à TeleSur, foram enganados pela direita golpista.
O Presidente da Assembleia Nacional Constituente, Diosdado Cabello, reafirmou às declarações de Maduro pela televisão estatal VTV, dando enfoque à necessidade de todos os lutadores, patriotas e trabalhadores de se manifestarem à frente do Palácio Miraflores. Acalmou boa parte da população dizendo que a base de La Cartola estava segura e que não havia sido ocupada por forças da oposição e defendeu a “revolução” bolivariana.
O Vice-Presidente da Comunicação, Cultura e Turismo Jorge Rodriguez também motivou o povo a se erguer contra essa pequena tentativa de golpe pelo seu Twitter. Fez questão de taxar Guaidó e sua gangue de traidores, que não se sentem intimidados de nenhuma maneira por essa nova tentativa.
O Procurador Geral da Venezuela, Tarek William Saab informou à rede de televisão VTV que medidas legais já estão sendo tomadas com os responsáveis e com os demais envolvidos. Ele disse que a “Operação Liberdade está estabelecendo no país uma guerra sangrenta”, “esse ato [tentativa de um golpe de estado] não passa de uma medida desesperada de um grupo pequeno” e que “nós [o governo venezuelano] iremos percorrer pelo caminho da lei”, além de denunciar a tentativa dos EUA de iniciar uma guerra civil semelhante à guerra na Síria.
O CONFLITO
Após ambos os inimigos terem se preparado, um para a ofensiva (Guaidó e Lopez) e o outro para a defesa (Maduro e o povo), se estalou nas avenidas próximas ao quartel La Carlota uma batalha decisiva entre as forças de oposição e o governo. Cada avenida ocupada, cada ponte bloqueada se tornou um campo de batalha decisivo, tanto para os golpistas, quanto para Maduro. Entre vários choques, a troca de tiros não foi evitada, e a participação da classe operária tornou-se decisiva na vitória popular.
No final do conflito, 25 militares traidores venezuelanos foram exilados nas embaixadas brasileiras com o apoio incondicional do governo Bolsonaro. Tal qual Leopoldo Lopez que se exilou na embaixada chilena. As forças dirigentes da oposição forma, até o momento, completamente desarticuladas e desmoralizadas pela força militar e popular de Maduro.
Assim, vemos que a classe operária tem tomado um papel decisivo na defesa do país e que, por isso, tem capacidade de avançar ainda mais na luta por seus direitos e soberania. Porém, essa luta pela independência não pode estar desvinculada de seu partido, o Partido Comunista.
OS COMUNISTAS VENEZUELANOS
Falando com o jornal Evrensel, membros do Partido Comunista Marxista-Leninista da Venezuela (PCMLV) declaram que Guaidó e Lopez estão fazendo um experimento para provocar e agudizar as contradições das forças internas e externas do país. E que, até o momento, não tiveram nenhum sucesso, no entanto que foram bem-sucedidos em provocar conflitos violentos entre as forças do governo e a oposição, e isso, historicamente, favorece uma intervenção militar norte americana tão desejada por Trump.
O dia de hoje marcou um dia em que os fascistas do partido Vontade Popular e os demais agentes pró-EUA estão se jogando em aventuras militares para tentar conquistar e mobilizar forças militares vacilantes.
Porém, a aplicação de sanções econômicas internacionais dos EUA e da União Europeia, ajudam o povo a reconhecerem que esse bloqueio é responsável pela maior parte de suas dificuldades econômicas e políticas atuais. Fazendo, assim, com que a oposição perca sua moral e se enfraqueça em cada nova tentativa de golpe.
“Rejeitamos a intervenção imperialista!” afirmou o PCMLV e, ainda, declarou que as próximas horas são essenciais para o futuro da Venezuela.
Thales Caramante – Jornal A Verdade