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domingo, 6 de outubro de 2024

Fechamento de salas prejudica ensino público em São Matheus

Secretarias recebem orientações superiores para falar que não há vagas, esvaziando as turmas.

Lucas Nascimento 
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas


Foto: Divulgação


SÃO PAULO – O Jornal A Verdade acompanhou, na tarde desta quinta-feira (25/07), os professores da Escola Estadual Chibata Miyakoshi, da região de São Mateus, zona leste, até a Diretoria de Ensino (DE) Leste 4, no Bairro da Vila Matilde.

Os professores, junto ao Sindicato (APEOESP), estavam lá para cobrar explicações da supervisora de ensino Marli pois, na segunda-feira (22/07), dia da atribuição de aulas, foram surpreendidos pelo corte de turmas da Educação de Jovens e Adultos (EJA) do período noturno. Sobraram apenas 3 das 9 turmas que haviam. Além disso, a escola corre o risco de perder, já nesse mês, uma sala de 1º ano e uma sala de 6º ano.

Apesar da DE afirmar que a orientação é de fazer o cadastro dos(as) estudantes interessados(as) nas vagas, na prática há irregularidades por parte da direção da escola que escolhe os alunos que podem ou não ficar, além de a secretaria receber orientações superiores para falar que não há vagas, esvaziando as turmas.

Essas ações da direção vem no sentido de justificar o fechamento das salas de aula como se não houvesse pessoas interessadas para ocupá-las, apontando uma suposta falta de interesse no período noturno. Em consequência disso mais de 18 professores(as) efetivos(as) foram(as) remanejados para escolas em regiões muito mais distantes do que o Chibata.

Mesmo a DE afirmando não ter orientado o fechamento das turmas, os professores continuarão mobilizados até a reabertura das turmas junto da população do bairro Vila Flavia, em São Mateus.

Nós últimos anos e no início de 2019 foi colocado em prática um projeto de fechamento de salas no ensino regular do período noturno. Este projeto está sendo aplicado desde a última gestão do governador Geraldo Alckmin, sendo dada continuidade pelo seu sucessor, João Dória, ambos do PSDB – partido inimigo da educação e dos professores – como forma de sucatear ainda mais a educação pública e passar a gestão para a iniciativa privada.

Com o atual desemprego que atinge mais de 13 milhões de pessoas (mesmo entre aqueles que possuem ensino superior), dificultar a conclusão do ensino médio para milhões de jovens e adultos diminuirá ainda mais as chances de emprego para quem não possui o ensino fundamental ou médio, além de ser um dos principais fatores usados pelo empregador para pagar menores salários e uma das principais formas de aumentar as desigualdades e tolher a liberdade da população pobre.


 

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