Foto: REUTERS/Diego VaraPRIVATIZAÇÃO Os petroleiros conseguem barrar as articulações de Bolsonaro para destruir a Petrobras.
BRASIL O governo se mostrou interessado em entregar o pré-sal brasileiro às multinacionais do petróleo quando o Ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente Jair Bolsonaro, na ida aos Estados Unidos, comemoraram a revisão do contrato com a Petrobras para leiloar 17 bilhões de barris de petróleo e 70% da área da cessão onerosa original, atropelando o Tribunal de Contas da União (TCU).
Antes de ser assinada essa revisão, pela grande ansiedade de entregar o patrimônio brasileiro aos estrangeiros, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) marcou o leilão das áreas da cessão onerosa de Atapu, Búzios, Itaipu e Sépia para o dia 28 de outubro deste ano.
O engenheiro e diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (AEPET), Fernando Siqueira, denunciou que o governo Bolsonaro, ao querer repassar quase 21 bilhões de barris às petrolíferas internacionais, fará o Brasil, em vez de arrecadar R$3,2 trilhões de reais, adquirir no máximo R$100 bilhões.
Siqueira diz que, em 2010, a Petrobrás pagou R$ 74,8 bilhões para ter o direito de explorar cinco bilhões de barris de petróleo na cessão onerosa, contudo, posteriormente, a empresa descobriu uma área com o volume de 17 bilhões de barris a mais.
Além disso, afirma que, no governo Temer, foi proposto o Projeto de Lei da Câmara n° 78, de 2018, o qual, embora não tenha passado por votação no Senado e tenha sido considerado ilegal pelo TCU, o governo Bolsonaro o utilizou para entregar os 17 bilhões de barris e 70% da área da cessão onerosa aos estrangeiros.
O Ministro Paulo Guedes diz que irá haver o repasse de parte do dinheiro do leilão aos estados e municípios, entretanto, não há lei que permita repasse extra de verbas. Portanto, o que se verá são o abuso e a cessão de tesouros nacionais para o pagamento de dívidas dos banqueiros e enriquecimento das multinacionais petrolíferas, e quem acarretará com os danos causados por esta decisão será o povo brasileiro.
Adriane Nunes
União da Juventude Rebelião