Governador de São Paulo tenta insultar Lula e desmoralizar a esquerda após manobra de juíza de Curitiba.
Carlos Eduardo Machado
Unidade Popular Pelo Socialismo
Foto: Nacho Doce/Reuters
SÃO PAULO – O Estado burguês brasileiro mostrou mais uma vez sua face antidemocrática nesta quarta-feira, 07. Desta vez, através da decisão expedida pela juíza ligada à Operação Lava Jato, Carolina Lebbos, que tentou garantir a transferência do ex-presidente Lula da superintendência da Polícia Federal em Curitiba para a instituição penal de Tremembé II.
Enquanto a juíza de Curitiba deixava claro a impossibilidade de acordo com a justiça burguesa, o governador do estado de São Paulo, João Dória (PSDB), tentou se promover com a manobra de Lebbos e, em resposta à preocupação da deputada Gleise Hoffman (PT) com a segurança de Lula, postou em seu twitter que no presídio paulista o ex-presidente teria “a oportunidade de fazer algo que jamais fez na vida: trabalhar!”
Depois de se fantasiar de trabalhador durante a campanha para governador do estado de São Paulo, parece que João Dória acha que tem legitimidade para falar algo do tipo. O posicionamento do governador de São Paulo e toda a operação Lava Jato tem como alvo não só o ex-presidente Lula, mas tem também como objetivo desmoralizar toda a esquerda brasileira.
Foto: Felipe Rau/Estadão
O governador que ficou conhecido por apresentar programas televisivos, tenta com mais uma jogada de marketing desmoralizar os ideais progressistas frente ao povo brasileiro e mascarar os péssimos resultados obtidos por sua coligação eleitoral, a “BolsoDória”.
Apesar de suas tentativas midiáticas de mascarar a realidade, independente de seu discurso sobre Lula, quem tem muito o que explicar à justiça e à população paulista é João Dória. Além dos esquemas de corrupção em que esteve envolvido quando prefeito da cidade de São Paulo, como o do programa Asfalto Novo, de doações ilegais para campanha publicitária e até mesmo uma condenação à suspensão de seus direitos políticos, o nome de Dória também apareceu nas investigações da operação Lava Jato, tendo recebido 20 mil reais de uma empresa investigada pela operação.
Fica cada vez mais evidente a farsa em que a operação Lava Jato está inserida. A discussão sobre a transferência do ex-presidente Lula, além de tentar desmoralizar sua imagem, busca legitimar sua condenação e tirar o foco de sua prisão injusta, colocando no centro do debate o presídio onde ele cumprirá pena, ocultando o real problema, que é sua prisão política.
A decisão tomada pela juíza de Curitiba foi reconhecida como arbitrária até mesmo por aqueles que corroboram com a prisão de Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o pedido de transferência do ex-presidente para o interior de São Paulo por 10 votos a 1, sendo Marco Aurélio o único ministro a se posicionar contrário à decisão do STF.
Em resposta à mais essa atrocidade, movimentos sociais, partidos políticos e as frentes Povo Sem Medo e Brasil Popular se posicionaram e pressionaram a justiça durante todo o dia de ontem (07) a fim de desmascarar o caráter de classe do suposto estado democrático de direito.