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terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Integrantes da Casa Helenira Preta são silenciadas em Câmara Municipal de Mauá

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Vereadores mauaenses tentam impedir uma das mulheres do Movimento Olga Benario de falar em Câmara Municipal da cidade, mas militantes resistem.

Foto: Jornal A Verdade

SÃO PAULO – O aumento da taxa de feminicídio e dos casos de violência de gênero na região do ABC paulista se agrava exponencialmente e a cidade de Mauá é parte desse contexto. Contudo, na terça-feira (20), integrantes do Centro de Referência Helenira Preta sofreram obstáculos ao apresentarem suas reivindicações na Câmara de Vereadores da cidade.

Participantes do Movimento de Mulheres Olga Benário, as militantes foram à tribuna na Câmara para exigir a água que a prefeitura até agora não liberou para as mulheres que estão sendo atendidas e amparadas na Casa de Referência. Porém, na porta de entrada, funcionários tentaram impedir que uma delas compusesse a tribuna. Quando esta tentou ser ouvida, indignada diante da situação das trabalhadoras mauaenses, o microfone foi cortado, sua fala foi interrompida e gritos hostis dos vereadores foram ouvidos.

A denúncia das munícipes, participantes da primeira ocupação de mulheres do Estado de São Paulo, foi ouvida com descaso: enquanto eram anunciados os índices de agressão, os representantes da mesa diretora da Câmara riam, cochichavam entre si, numa explícita posição de desmerecimento à condição das mulheres da cidade, que sobrevivem com a ameaça iminente de morrer, em razão do aumento dos feminicídios, e lidam com 4.000 crianças sem vaga nas creches, além de horários insuficientes para os filhos matriculados: período de apenas três horas e 45 minutos, como, das 7h às 10h45.

“O número de casos de violência contra a mulher na nossa região são absurdos, e as prefeituras da nossa região não se importam, silenciam as mulheres para que a gente não possa ser poder, porque aqui não tem uma mulher que é vereadora”, disse Amanda Bispo, participante vetada e membro da Coordenação da Casa Helenira.

Os supostos representantes do povo presentes na sessão foram também os protagonistas do escândalo de corrupção que tomou a imprensa municipal no último semestre de 2018, onde 22 dos 23 vereadores estavam envolvidos no esquema de propina do ex-prefeito impeachmado Átila Jacomussi.

RESISTÊNCIA – Após ser impedida de falar, Amanda Bispo denuncia atitude dos vereadores.

Coordenação da Casa de Referência Helenira Preta

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