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sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Mortes em Pernambuco demonstram descaso do governo

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As fortes chuvas no mês de julho em Pernambuco e os desgovernos municipais e estadual deixaram um rasto de mortos, destruição e milhares de desabrigados em várias cidades. São cerca de 2.500 pessoas desalojadas e 23 pessoas tragicamente mortas. No período de 21 a 24 de julho, foram cinco vítimas em Abreu e Lima, quatro em Olinda e três no Recife.

Um dos casos mais dramáticos foi o da jovem Maria Eduarda da Silva, 22 anos, moradora da cidade de Abreu e Lima. Ela estava grávida de oito meses, e o nascimento do seu primeiro filho estava previsto para 08 de agosto. Ela, inclusive, tinha escolhido o nome Brendo Nicólas para seu filho. Maria Eduarda tinha ido à casa dos pais para um chá de fraldas de uma amiga, além de passar o dia do aniversário do seu irmão mais velho com a família. Por volta das 2h30 do dia 24/07, ocorreu o deslizamento de uma barreira de 40 metros, vitimando, além de Maria Eduarda, o seu pai, dois irmãos mais novos e um vizinho, o eletricista Adalmir Ferreira dos Santos de 53 anos. A mãe de Maria Eduarda, Ariana Tereza Xavier da Silva, 39 anos, conseguiu ser resgatada com vida e internada na UTI, graças à solidariedade de centenas de vizinhos que não mediram esforços para salvá-la, auxiliando o Corpo de Bombeiros, através de um cordão humano que carregava de mão em mão baldes de barro.

Na cidade histórica de Olinda, que logo após as chuvas se viam cenas de dilúvios em alguns bairros, mortes ocorreram devido à obra do Canal do Fragoso não ter sido concluída e ter problemas nos seus 4,5 km de extensão com várias obstruções pela cidade. Com as chuvas intensas, a água fica represada e retorna para as casas da população. As obras começaram em 2012 e deveriam ser concluídas em 2016. Foram três anos de atraso e três alagamentos nesse período, deixando vários mortos e os moradores da região no prejuízo. O governo estadual afirmou que a obra já dura sete anos e, se tudo der certo, a obra terminará em 2020.

Na cidade de Igarassu, a precipitação foi de 141,9 milímetros em dois dias e além de mais de 40 deslizamentos de terra, o nível do Rio São Domingos (Rio Igarassu) subiu e inundou boa parte da cidade, desabrigando mais de 216 pessoas que não tinham para onde ir. Pontes e calçamentos foram destruídos e casas danificadas pela inundação ou deslizamento de terra.

As fortes chuvas que ocorreram em Pernambuco poderiam ter causado menos estragos e mortes se algumas obras importantes tivessem sido concluídas, como as já citadas, e se houvesse uma profunda reforma urbana. O governo também prometeu a construção de cinco barragens e apenas uma ficou pronta. Estes reservatórios evitariam enchentes na Zona da Mata Sul do Estado, por exemplo. As outras quatro barragens começaram a ser construídas em 2010, mas ainda não foram finalizadas. O governo afirmou que, por causa da crise econômica e do corte de recursos federais, priorizou e concluiu a barragem mais importante das cinco, que é a de Serro Azul, e que está buscando recursos federais para terminar as outras barragens até o fim de 2022.

Já o governo fascista de Jair Bolsonaro, através do Ministério do Desenvolvimento Regional, declarou que cortou o repasse por problemas na documentação enviada e que espera a aprovação do orçamento pelo Congresso Nacional para liberar os recursos.

Hinamar A. Medeiros – PE

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