O filme deveria estrear no dia 20 de novembro deste ano, porém agora está sem nenhuma previsão.
Pedro Dragoni
Foto: Filme “Marighella”
A IMPRENSA CAPITALISTA busca apresentar o cancelamento do lançamento do filme “Marighella” – marcado para o dia 20 de Novembro e sem previsão de nova data de estreia –, como uma mera questão financeira e comercial. No entanto, este é mais um exemplo do avanço do atual governo neofascista também sobre o âmbito da cultura. A demissão neste ano do ex-diretor-presidente da ANCINE sob o pretexto de que as produções da agência estariam ‘privilegiando LGBTs e outras minorias’, ademais do projeto de lei anunciado pelo governo federal que prevê corte de 43% de verba do FSA (Fundo Setorial do Audiovisual) para 2020, são fatos que evidenciam claramente que o campo ideológico e cultural expressa a tal chamada polarização política que é o acirramento das lutas de classes no Brasil e que onde desde 2013, a extrema-direita por todos os meios de comunicação busca travar uma verdadeira guerra de ‘informação’ (melhor dizendo, desinformação) de fundo radicalmente anticomunista e pró-neoliberalismo.
“Bolsonaro quer impor censura às manifestações culturais que expressem alguma forma de resistência democrática e popular.”
No atual contexto de severos ataques aos direitos do povo trabalhador e tantas outras arbitrariedades, Bolsonaro quer impor censura às manifestações culturais que expressem alguma forma de resistência democrática e popular – como no recente lançamento filme “Bacurau” –, evidenciando que os verdadeiros inimigos do povo brasileiro são os representantes políticos serviçais dos interesses imperialistas. Sendo assim, dado o caráter de vassalo do imperialismo norte-americano e defensor do regime fascista empresarial-militar implantado em 1964 (sob os auspícios do governo dos EUA) no Brasil, o atual presidente e seus aliados não deixariam de atuar por menos que o cancelamento de um longa-metragem que retrata justamente a vida heroica do dirigente comunista e guerrilheiro Carlos Marighella: o inimigo número 1 da ditadura.