Em 13 de outubro passado, publicamos aqui o artigo “A entrega da Embraer: servilismo aos EUA e destruição do patrimônio nacional”, onde denunciamos que a Embraer foi entregue a preço de banana para a Boeing e que, depois disso, a multinacional estadunidense estava colocando dezenas de milhares de trabalhadores da Embraer em férias coletivas a fim de transferir as fábricas para os EUA. Pois agora, menos de um mês depois, é divulgado relatório que prevê a iminente falência da Boeing.
A previsão foi feita por David Spring, da Universidade de Washington, publicada em artigo cujo título é: “Why Boeing is Going… The Deadly Path from Blackmail to Bankruptcy (“Por que a Boeing está indo… O caminho mortal da chantagem para a falência”). A principal causa da crise da Boeing foi o fracassado projeto do avião 737 Max, dos quais há 500 aparelhos encalhados nas mãos de diversas empresas aéreas que se recusam a utilizá-los depois de vários acidentes com mortes. Há, ainda, mais de 1.500 fabricados, sem compradores.
Sem suporte financeiro do governo estadunidense, a Boeing não resistirá à crise, ou seja, sem que Trump empurre o problema para o povo, que é quem financia o poder público, não haverá solução para a empresa.
Pois foi para esta massa falida que Paulo Guedes, o abutre do mercado financeiro que vem liquidando o patrimônio nacional brasileiro, entregou a Embraer, uma das principais empresas do país e a mais avançada do ponto de vista tecnológico.
A irresponsabilidade extrema do governo Bolsonaro entregou a preço de banana uma empresa saudável e lucrativa, para uma massa falida, alienando nossa soberania por puro servilismo ao Império estadunidense. Agora, além de o Brasil ter perdido uma de suas mais importantes empresas, 27 mil trabalhadores estão em risco de perder seus empregos graças à devoção dos atuais governantes brasileiros ao capital internacional e ao todo-poderoso mercado.
Paulo Henrique de Almeida Rodrigues, Rio de Janeiro