Movimento Luta de Classes (MLC) defende ofensiva contra o governo dos banqueiros na primeira reunião da diretoria plena do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.
Gustavo Matos
Foto: Jornal A Verdade
SÃO PAULO – A última terça-feira (26) foi um dia de lutas importante para os Metro-ferroviários de São Paulo. Além das mobilizações da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro) em defesa do patrimônio público, dos direitos e melhores condições de trabalho, houve a primeira reunião da diretoria plena do Sindicato dos Metroviários de SP.
O dia começou cedo com a distribuição de Cartas Abertas da Fenametro à população a partir das 6 horas da manhã em diversas estações do Metrô. As milhares de Cartas Abertas distribuídas denunciaram os leilões de privatização de importantes empresas nacionais como a Petrobrás, a Caixa Econômica, TrensUrb, CBTU, Casa da Moeda, Eletrobras, DataPrev, Correios, portos e empresas de Saneamento.
Fortalecendo o rechaço às privatizações e a consequente defesa da soberania nacional, a Fenametro alertou a população sobre a importância de manter os Metrôs e Trens do Brasil sob controle estatal para garantir o Transporte sobre trilhos do Brasil como direito e não mercadoria. No Rio de Janeiro, por exemplo, a tarifa chega ao valor injustificável de R$ 4,60.
A federação defende que o controle estatal é único caminho para o povo receber um serviço de qualidade, barato, rápido e seguro. O controle privado reza a cartilha da redução de custos, piorando a qualidade, demitindo funcionários e aumentando a tarifa.
Após a panfletagem, aconteceu a primeira reunião da diretoria plena do Sindicato dos Metroviários de SP, começando com um amplo debate de conjuntura, com as presenças de centrais sindicais (CTB, CUT e CSP-Conlutas), de movimentos sociais (Frente Povo Sem Medo e Movimento Luta de Classes) e de partidos políticos (UP, PSOL, PT, PCdoB, PSTU e MRT).
O Movimento Luta de Classes destacou a necessidade da luta internacionalista em defesa da autodeterminação dos povos, rechaçando a sanha imperialista contra os povos latino-americanos e do mundo. Denunciou o imperialismo, que quer implementar seus planos anti-povo com reformas da previdência e cortes de todos os tipos de direitos em nome do super lucro dos grandes capitalistas. Saudaram as lutas dos povos latino-americanos (Equador, Chile, Colômbia, Venezuela, Brasil) evidenciando o acirramento da luta de classes, e que apesar das violências de Estado e paramilitares no continente, há importantes vitórias populares.
Ainda durante a intervenção, o MLC enfatizou que o Brasil tem um governo composto por fascistas e adoradores da Ditadura Militar Fascista, que torturou e matou milhares de lutadores populares. Neste sentido, defendeu a necessidade de construir unidade do povo contra o fascismo, que tenha por objetivo derrotar o governo Bolsonaro tanto em suas pautas políticas quanto nas questões econômicas.
Na economia, o movimento deixou claro que o povo está desempregado e desamparado, e que o patrimônio público e as riquezas nacionais estão sendo ameaçadas ao serem entregues completamente através das privatizações de empresas que foram construídas com bilhões de reais dos cofres públicos. Se não bastasse, após a reforma da previdência, o governo aprofundou a desregulamentação das leis trabalhistas e aumentou os impostos para os trabalhadores, piorando as condições de trabalho e diminuindo a proteção de saúde e prevenção de acidentes no trabalho.
Por fim, concluiu que o momento deve ser de construir a luta de forma ofensiva, sem cair no erro da defensiva estratégica ou aguardar as próximas eleições para lutar, e em parceria com os movimentos populares, especialmente com os movimentos ligados à Unidade Popular pelo Socialismo (UP), defendeu a necessidade de unir a luta especifica dos sindicatos de transportes com a luta do povo por melhores condições de transporte e redução do preço das passagens.
Após a avaliação de conjuntura, a reunião ampliada se debruçou sobre os planos para a nova gestão do Sindicato e, se houve muitas divergências no ponto de conjuntura, houve unidade em quase 100% das propostas de planejamento.
Foto: Jornal A Verdade
Os encaminhamentos da reunião gestão buscam fortalecer a entidade, preparando a categoria para defender seus direitos sob o governo declaradamente privatista de João Dória.
As medidas que serão divulgadas pela entidade se debruçam na defesa e fortalecimento do Sindicato em meio às diversas leis, aprovadas e em tramitação, que buscam enfraquecer a organização da classe trabalhadora; aumento da presença do Sindicato nas bases; luta contra o machismo, racismo e homofobia dentro da diretoria e no conjunto da categoria; ação, de forma unitária, com as centrais sindicais e movimentos populares, numa ampla campanha anti-privatista em defesa do patrimônio público e da soberania nacional.
Fechando o dia de lutas, foi lançado, por iniciativa da Fenametro, o Comitê Nacional de Luta Contra a Privatização do Sistema Metro-ferroviário, com participação de entidades sindicais e movimentos populares em defesa do transporte público, estatal e de qualidade.
A atividade contou com a presença de metroviários e ferroviários de São Paulo, bancários, CSP-Conlutas, CTB, PSTU, PSOL, PCdoB, Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, Sinsprev, Sintrajud, Sintaema, Stieesp, Comitê de Luta Contra a Privatização da CPTM, Frente Povo Sem Medo, MLB, Unidade Popular, MRT, Coalização pelo Clima, Movimento Luta de Classes, Movimento Metrô Brasilândia Já, que reforçaram a necessidade da unidade entre os trabalhadores e a população, e os prejuízos da privatização, que trará piora no serviço prestado, riscos de acidentes e lucro aos empresários.
Entre os encaminhamentos foi reforçada a necessidade de articulação entre as lutas dos metro-ferroviários e os servidores das empresas estatais, a luta pela reestatização das empresas reestatizadas, a defesa da soberania nacional, a construção de um dia nacional de lutas, de um manifesto e um encontro das estatais de São Paulo, em janeiro.
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