“O projeto nacional-desenvolvimentista, social-democrata petista se mostrou falido por justamente acreditar, ou por simples oportunismo, confiar a ‘burguesia brasileira’ uma tarefa que não cabe e não caberia a ela realizar.”
Artur Ventura
Unidade Popular Pelo Socialismo
Foto: Jornal A Verdade
CARTA – A Unidade Popular pelo Socialismo vem com um objetivo muito claro de intervir na realidade do nosso país como um partido político massificado, com ampla ligação com o povo trabalhador super explorado do Brasil, com as periferias, com os jovens estigmatizados pela sociedade por sua condição de classe, de gênero e de raça, sem emprego, sem escola, sem ensino superior de qualidade, sem perspectiva de vida futura, das mulheres exploradas pelo regime capitalista, pelo trabalho doméstico e a violência do machismo, com os 38 milhões de trabalhadores informalizados em todo Brasil, com os 12 milhões de trabalhadores sem emprego, dos trabalhadores que sobrevivem hoje com cerca de 400 reais por mês, com os camponeses pobres explorados que sofrem os crimes do latifúndio, com os trabalhadores que não tem um teto para morar, em torno primeiramente da urgente tarefa que teremos de realizar, da derrota e do enterro do fascismo no Brasil, da defesa dos nossos direitos, do emprego e das grandes tarefas democráticas históricas, do desenvolvimento das forças produtivas que a burguesia brasileira não foi capaz de realizar.
A camarilha burguesa do Brasil, bem como já exposto seu caráter reacionário, antidemocrático, societário e subordinado aos interesses do imperialismo por autores como Caio Prado Jr., não conseguiu e não conseguirá vencer a dicotomia que o mesmo estabelece para o Brasil, entre país e nação. Nação tem significado soberano, mas também deve ser popular: uma nação deve servir ao seu povo, o povo trabalhador. Deve preocupar-se com o seu bem-estar e sua qualidade de vida. E justamente num país subdesenvolvido como o nosso, coube esta tarefa aos socialistas realizarem.
O projeto nacional-desenvolvimentista, social-democrata petista se mostrou falido por justamente acreditar, ou por simples oportunismo, confiar a ‘burguesia brasileira’ uma tarefa que não cabe e não caberia a ela realizar. O que num erro teórico, oportunista, abriu espaço para que o fascismo pudesse avançar no Brasil. Os limites da socialdemocracia e seu projeto limitado de país, abriram brecha para que este mal pudesse se manifestar na sociedade brasileira novamente, sendo mais uma vez a unidade do povo sob seu poder, os elementos centrais que derrotarão a besta de vez, de nossa terra.
As tarefas democráticas latentes hoje como a auditoria e suspensão do pagamento da dívida pública que suga de modo sanguinário nosso orçamento, a reforma urbana, superando o déficit habitacional, tão necessária e urgente para milhões e milhões de brasileiros que sobrevivem com menos de um salário mínimo e não tem uma casa para morar ou que residem em lugares insalubres sem esgoto ou agua tratada, a reforma agrária, para além da distribuição de terras para os camponeses pobres semi escravizados pelos latifundiários, tão necessária para o desenvolvimento da nossa economia, na modificação do perfil latifundista-agro-exportador do nosso país para uma economia interna, que priorize as necessidades do povo. Enfim, essas e outras grandes tarefas democráticas, só serão realizadas com a mobilização do povo, com a massificação cada vez maior da população e sua participação política em todos os espaços possíveis: nas ruas, nas periferias, nos trens, nas fabricas, nas ocupações e também na câmara dos vereadores, no poder legislativo, judiciário, executivo sobre sua organização: O partido do povo, o partido popular, o partido socialista! O organizador, o instrumento de luta, de voz do nosso povo.
As eleições num momento crucial que passamos, nos servem para além de todo o trabalho de base, dialogar com a população o projeto de país que se deseja ter, além de expor a todo trabalhador o partido, suas propostas, suas forças, o que querem e como querem. Não criamos ilusões com a ordem burguesa, achamos que nada acontecerá com negociatas, com burocracias dos parlamentos e com a guerra em si entre a politicagem institucional. Mas justamente a mobilização do povo junto aos seus representantes, cerrando as fileiras da revolta, da consciência de que um novo mundo é possível e a força deste povo para criarmos o poder popular, reivindicando que neste período, além da derrota do fascismo, que as tarefas democráticas sejam realizadas.
Esta é a disposição da Unidade Popular! Ser este organismo vivo e latente da classe trabalhadora pobre e explorada deste país! Marcharemos com os pobres e para os pobres para transformarmos de modo radical o Brasil! Esta é nossa missão!
Viva a classe trabalhadora!
Viva a Unidade Popular pelo Socialismo!
Viva o povo brasileiro!