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domingo, 22 de dezembro de 2024

Flávio Bolsonaro lavou dinheiro das rachadinhas com a compra de imóveis, de acordo com Ministério Público

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O cerco à família Bolsonaro se torna cada vez mais estreito e as peças para entender a corrupção organizada, orientada e criada pela burguesia brasileira se juntam a cada nova investigação. 

Isabella Alho


Foto: Pedro França/Agência Senado

BRASÍLIA – O esquema das “rachadinhas” do senador Flávio Bolsonaro tem gerado algumas investigações que tomaram um novo corpo com o relatório recém elaborado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro que descreve com mais detalhes esquema que tem o objetivo de esconder o dinheiro das “rachadinhas” envolvendo, inclusive, a lavagem de aproximadamente RS 3 milhões de reais, parte em propriedade de imóveis.

As suspeitas do MP iniciaram há aproximadamente um ano atrás, quando o senador e sua mulher, Fernanda, declararam um preço menor do que o imóvel valia no momento do registro de sua compra. A compra era feita em dinheiro vivo e portanto capaz de ocultar informações de transações.

Investigações comprovaram o depósito de um policial militar que corresponde a uma parcela de um apartamento de Flávio Bolsonaro. Além disso, revelam que Flávio investiu R$ 9,4 milhões na compra de 19 salas e apartamentos na Zona Sul do Rio e na Barra da Tijuca, Zona Oeste da cidade, entre 2010 e 2017, quando ocupava o cargo de deputado e obteve um lucro de mais de 3 milhões de reais com as negociações.

Dois casos se destacam por terem uma valorização de imóveis muito acima da praticada no mercado. Ambos em Copacabana, o primeiro comprado por R$140 mil e vendido por R$ 550 mil (um lucro de 292% ao passo que o praticado no mercado no bairro corresponde a 11%); o segundo comprado por R$ 170 mil e vendido por R$ 573 mil (lucro de 237%, enquanto o praticado no mercado bo bairro corresponde a 9%).

Na edição de Julho deste ano, o Jornal A Verdade denunciou o aumento de 397% do patrimônio de Flávio Bolsonaro, sendo a maior parte aplicada em imóveis. As investigações, desde maio, somadas, já atingem 37 desses imóveis da família, entre apartamentos e salas comerciais.

Ao mesmo tempo em que Flávio Bolsonaro roubava dinheiro do povo e aplica em imóveis, seu pai, Jair Bolsonaro, retirou moradia da população mais pobre. Acabou com os programas habitacionais, aumentou o desemprego, perseguiu lideranças que lutam por moradia digna, tentou alterar o artigo que garante a função social da propriedade e outras medidas que desrespeitam os direitos humanos.

Resultado disso, 7,7 milhões de famílias vivem sob déficit habitacional no Brasil, ou seja, morando em áreas precárias, encortiçadas, gastando quase toda a renda com o aluguel e outras situações muito distantes da família Bolsonaro, que tanto prometeu acabar com a corrupção.

Agora, em poucos meses após as eleições, motivos não faltam para que essa família esteja atrás das grades. É uma formação de quadrilha que está envolvida em esquemas de corrupção, assassinatos, desvio de verbas públicas, perseguições entre outras atrocidades. Querem, inclusive, legalizar, às pressas, um partido político para darem continuidade às ações fascistas.

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