Secretário de Desenvolvimento e Urbanismo se reúne com MLB na Ocupação Maria Felipa

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A Ocupação Maria Felipa entra hoje no seu segundo dia, que já inicia com importantes vitórias.

Willian Santos


Foto: Jornal A Verdade

BAHIA – A grande repercussão permitiu que ganhasse cobertura por toda a imprensa local e, inclusive, nacionalmente. Para isso, foi fundamental o grande esforço de divulgação dos amigos da luta popular nas redes sociais. A militância do MLB pede que continuem divulgando e dando evidência a essa importante luta do povo pobre e negro de Salvador por moradia digna.

Ainda no primeiro dia de ocupação, o Secretário de Desenvolvimento e Urbanismo, Nelson Pelegrino, empossado no dia anterior, com representantes da Secretaria de Relações Institucionais (SERIN) e da Casa Militar, foram à Ocupação Maria Felipa e se reuniram com a Coordenação do MLB. Participaram ainda da reunião uma comissão do SAJU – Serviço de Apoio Jurídico da UFBA com dois estudantes e a Professora e Advogada Sara Côrtes, que prestam assessoria jurídica ao Movimento.

O MLB informou que a reivindicação das famílias da Ocupação Maria Felipa é a construção de moradia para as 100 famílias ocupantes, que o Estado ceda um espaço para o funcionamento da Escola de Formação Popular Carlos Marighella e resolva de maneira definitiva a moradia para as 25 famílias da Ocupação Luisa Mahin que estão já há mais de um ano aguardando a construção de um empreendimento, recebendo enquanto isso uma Bolsa Aluguel de apenas 300 reais.

Em resposta, a comissão do Governo pediu um prazo de até segunda feira para buscar alternativa e colocou as dificuldades que tem sofrido com o fim do MCMV por parte do Governo Federal e a crise econômica. Diante disso, o MLB se mostrou disposto a encontrar alternativas e informou suas diferentes experiências de construção de moradia popular pelo país como habitacionais construídos em regime de mutirão em Recife, Minas Gerais, e outros locais. O movimento deixou claro ainda que sem uma solução concreta para moradia das famílias, as centenas de pessoas (na maioria mulheres e com grande número de crianças e idosos) não deixariam o local, dispostas a resistir a um despejo forçado por conta da força Policial. O Governo não se comprometeu em não usar a violência contra as famílias enquanto segue a negociação. Portanto, os militantes afirmam que se o Montserrat virar palco de cenas de agressão policial o responsável será apenas o Estado.

As famílias já levaram no dia de ontem suas últimas mudanças para lá.

Hoje (01), às 15h, será feito um ato na ocupação em Defesa da Moradia Digna para as famílias da Ocupação Maria Felipa, para o qual o MLB convoca todos os movimentos sociais, entidades estudantis, sindicais, e demais lutadores populares.