Reportagem anexada na edição 223 do jornal impresso, página 08.
Lenilda Luna
Foto: Jornal A Verdade
ALAGOAS – Nas escadarias do prédio histórico e imponente da Associação Comercial de Alagoas, centenas de pessoas se reuniram para cobrar Justiça para os mortos e desaparecidos durante a Ditadura Militar, que foi imposta ao povo brasileiro nos anos de 1964 a 1985. A mesa Memória, Verdade e Justiça, coordenada pelo professor da Faculdade de Serviço Social Adriano Nascimento, foi realizada na noite do dia 8 de novembro, como parte da programação da 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, que teve como tema: Leitura, Liberdade e Autonomia.
A atividade contou com a participação da reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Valéria Correia. O Comitê Memória, Verdade e Justiça de Alagoas foi representado pelo historiador Geraldo de Majella. Também compuseram a mesa o representante da Comissão de Direitos Humanos de Pernambuco, Marcelo Santa Cruz; a fundadora do Movimento Tortura Nunca Mais de Pernambuco, Maria do Amparo Araújo; o advogado Bruno Galindo, professor de Direito da UFPE e pesquisador na área de Direitos Humanos; e Anivaldo Miranda, representando os perseguidos pela Ditadura Militar no Estado de Alagoas.
Logo no início, foi apresentado um vídeo em memória das vítimas da Ditadura Militar. Entre os mortos e desaparecidos, foram lembrados os alagoanos Jayme de Miranda e Manoel Lisboa de Moura. Foram depoimentos e manifestações artísticas que emocionaram os presentes. “As Universidades são ambientes de pesquisa, de disseminação de conhecimento, de respeito à vida, de formação do espírito humanista e da capacidade de análise crítica e científica da realidade. Não podemos permitir que o obscurantismo volte a lançar suas trevas sobre a sociedade”, disse a reitora Valéria Correia na solenidade.
Entrevista na Rádio Ufal
Pouco antes da mesa, o professor de Filosofia Magno Francisco, integrante do Comitê Memória, Verdade e Justiça de Alagoas, concedeu entrevista à Rádio Ufal, que estava transmitindo ao vivo durante a Bienal, em parceria com a Educativa FM. Magno é autor do livro Formação e trajetória do PCR em Alagoas durante a ditadura militar. O trabalho é fruto da dissertação de mestrado em História, avaliando a atuação do Partido Comunista Revolucionário desde a fundação, em 1966, até o ano de 1973.
Maria do Amparo Almeida Araújo, do Movimento Tortura Nunca Mais, em Pernambuco, também concedeu entrevista pouco antes da solenidade. Ela contou sobre a sua trajetória como militante e destacou a importância de resgatar a história dos heróis do povo brasileiro. “Participei da resistência armada contra a Ditadura Militar na Ação Libertadora Nacional (ALN), fundada por Carlos Marighella. Faz 50 anos da sua execução, no dia 4 de novembro, mas ele ainda hoje permanece vivo como exemplo de luta por uma sociedade mais justa”, homenageou Amparo.
Para ouvir as entrevistas na íntegra, consulte o podcast em radio.ufal.br