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segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

A pressão de estudantes questionando as aulas online nas universidades privadas de BH

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Por Gabriel Lopo, militante da Unidade Popular, coordenador do DCE UFMG e do Fórum das Juventudes da Grande BH

Estudantes pressionam universidades privadas de BH sobre aulas online. Com a atual crise de saúde pública do Corona Vírus a suspensão das atividades e aulas presenciais é uma medida que as universidades privadas estão adotando em BH. Porém, o problema que vários grupos empresariais transferiram todas as aulas para plataformas online sem discutir com os estudantes ou sem refletir os impactos negativos que essa saída pode trazer para milhares de pessoas.

Abaixo-assinados, mensagens, mobilizações online, em cada local os estudantes resistem como podem e denunciam o retrocesso que será a adesão completa das plataformas online. O lucro não pode estar acima do direito à um ensino de qualidade!

Luiz, secretário geral da UEE-MG e militante do Movimento Correnteza. Foto: João Márcio.

Sem diálogo com estudantes. O lucro acima da qualidade de ensino nas universidades privadas pode aumentar a evasão.

Em diálogo com Luiz Ramos, secretário-geral da União Estadual dos Estudantes de Minas Gerais e militante do Correnteza ele reforça que o movimento lançou uma nota nacional onde reivindica a redução das mensalidades durante esse período, uma vez que muitas universidades suspenderam as atividades presenciais. 

Para ele as aulas online têm uma série de limitações porque existem muitos estudantes sem acesso a computador e internet. Segundo, muitas plataformas não são adaptadas para estudantes com deficiência. Várias universidades privadas têm sistemas muito instáveis em que a aula online não substitui a aula prática. Determinados materiais que exigem um debate, dificultam o aprendizado de cursos ligados a ciências humanas. Sem contar que muitos professores não foram qualificados para se adaptar ao modelo de geração de conteúdo online. 

Luiz denuncia que as medidas foram tomadas sem diálogo com os estudantes, seus DCEs, CAs ou DAs. Para ele o perfil dos estudantes das universidades privadas são estudantes trabalhadores e trabalhadoras informais. Na crise do COVID-19 a permanência fica ainda mais complicada com a dificuldade de conseguir dinheiro para pagar as mensalidades, taxas e cobranças diversas. Os estudantes pagam por aulas presenciais não por aulas à distância, o que exige a redução das mensalidades. Essa situação pode aumentar a evasão!

Abaixo-assinado feito pelo DCE UNA – Captura de Tela

Abaixo-assinado com mais de 9 mil apoios para que o Centro Universitário UNA reduza o valor das mensalidades sem aulas presenciais! 

Segundo Natasha Popoff, do DCE UNA Sérgio Miranda, a UNA aderiu à medidas de segurança nos seus estabelecimentos, entretanto seguiu aderindo à proposta de aulas online. Para ela, essa medida prejudica muitos estudantes porque várias pessoas faziam seus trabalhos nos computadores disponibilizados pela universidade.

Na quarentena, em casa, as pessoas têm muitas dificuldades. Segundo ela o DCE UNA está recorrendo ao contrato e a advogados porque os estudantes pagam por serviços presenciais e não online.  O DCE UNA impulsionou um abaixo-assinado com mais de 9 mil assinaturas contra a permanência do valor integral das mensalidades e segundo ela surtiu efeitos e colocou pressão na universidade.

A PUC MINAS é marcada pela falta de democracia e participação dos estudantes nas decisões da universidade! Aulas online agravam o problema!

Já na PUC Minas, Nicole Barbosa que é secretária do Conselho de Entidades de Base e presidenta do DA de Engenharia de Produção conta que todas as aulas foram migradas para as plataformas digitais e isso criou desorganização entre os estudantes. A situação é parecida com a UNA e os problemas das aulas online são bem parecidos. Nicole reforça que a PUC Minas tem muito status, porém não é democrática, na prática. Poucas vezes o corpo discente é consultado a respeito de qualquer decisão a ser tomada pela instituição e com a crise do coronavírus essa situação continuou. 

Fizemos um abaixo-assinado que no momento mais de 12 mil estudantes já assinaram pela suspensão do regime remoto e pela redução/congelamento das mensalidades, no entanto, a universidade não quis ouvir as reivindicações levantadas. Estão dizendo que não voltarão atrás e a dizer que estamos fazendo um boicote.”, Nicole ao falar do abaixo-assinado do Movimento Correnteza.

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Newton Paiva, abaixo-assinado não foi considerado pela empresa, mas surtiu efeito de mobilização dos estudantes!

Gabriel Silva é estudante de Odontologia da Newton Paiva e faz parte do Movimento Correnteza e da Unidade Popular. Ele concorda com o prejuízo que é as aulas online e a falta de abatimento nas mensalidades, por isso não deixa de mobilizar colegas para lutar! Mais de 2 mil pessoas que estudam na Newton assinaram o abaixo-assinado do movimento Correnteza só que infelizmente não foi considerado. “A Newton tenta se esconder e fica apenas nos posts das aulas remotas”, reforça Gabriel.

Sobre as aulas online Gabriel denuncia que os professores não foram qualificados. Que notificar as pessoas por redes sociais não substitui as aulas presenciais e prejudica a qualidade do conteúdo ensinado. Na primeira prova que fez de maneira online já registrou vários erros.

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Na Escola de Direito Dom Helder as aulas online seriam justas se a instituição garantisse a qualidade e também optasse pela redução das mensalidades.

O estudante de direito da Dom Helder, Lucas Lamounier, que foi diretor da AMES-BH e hoje é militante do Movimento Correnteza diz que “Não existe participação alguma dos estudantes. Infelizmente a faculdade não conta com um DCE, CA ou DA, ainda que o regimento nos garanta um organismo de representação. Mesmo com o sistema de representantes de turma, somos totalmente passivos, subordinados às decisões da coordenação e da reitoria.”.


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